Quatro dos cinco homens que realizaram os ataques em Jacarta foram identificados
JACARTA — A polícia da Indonésia matou um suposto militante e prendeu outros dois em operações em todo o país nesta sexta-feira, um dia depois de um ataque perpetrado por homens-bomba e atiradores do Estado Islâmico (EI) no coração de Jacarta. Quatro dos cinco homens que realizaram os atentados foram identificados. Além dos agressores, dois civis foram mortos — um indonésio e um canadense — e 20 pessoas ficaram feridas.
Um dos identificados, Afif Sunakim foi visto carregando uma arma e uma mochila durante os ataques. Ele foi preso por sete anos por frequentar um acampamento militante. Um segundo terrorista também enfrentou condenações anteriormente. Segundo a polícia, dois dos autores eram “conhecidos por terem cometido atividades radicais semelhantes há algum tempo”.
O chefe da polícia de Jacarta, Tito Karnavian, disse uma caçada estava em curso para encontrar células terroristas que se acredita estar por trás dos atentados.
O ataque terminou quando dois agressores se explodiram, e três foram mortos durante a troca de tiros com a polícia.
A investida durou horas em uma importante área comercial e de negócios em Jacarta, espalhando pânico e terror pela capital. Os ataques atingiram ruas próximas à sede das Nações Unidas no país e ocorreram em frente a um Starbucks.
DOIS DETIDOS
As forças de segurança mataram um suposto militante em um tiroteio em Celebes, enquanto outros dois foram presos na cidade de Cirebon, na província de Java Ocidental. Os três seriam simpatizantes do Estado Islâmico, mas não estariam diretamente ligados aos ataque de Jacarta, informou a polícia.
Um porta-voz da polícia, Anton Charliyan, confirmou que os autores do crime possuíam vínculos com o EI. Em um comunicado, o grupo assumiu oficialmente a autoria dos atentados.
Mais cedo, Bahrum Naim, um indonésio que se acredita estar lutando com o EI na Síria, foi nomeado como um dos suspeitos de coordenador os ataques.
Foi a primeira vez que o grupo radical atacou a Indonésia, que possui a maior população muçulmana no mundo. O ataque sugere um novo tipo de militância no país, mais acostumado com pequenas ações contra a polícia.
PAÍS EM ALERTA
Chefes de polícia foram colocados em alerta, algumas embaixadas em Jacarta foram fechadas durante o dia, e a segurança foi reforçada em Bali, local que atrai turistas da Austrália e outros países asiáticos.
Os ataques não foram de fato surpresa para as autoridades indonésias, que alertaram no mês passado sobre uma ameaça credível no país. Em dezembro, nove suspeitos de pertencerem ao EI foram presos com documentos que esboçavam um plano para “fazer um show” em Jacarta. O presidente indonésio, Joko Widodo, classificou a ação desta quinta-feira de ato terrorista e disse que não irá ceder ao medo.
O país viveu uma onda de ataques de militantes na década de 2000. O mais mortal foi um atentado a bomba em uma discoteca em Bali que deixou 202 mortos, a maioria turistas.
Fonte: oglobo
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