Caminhões com ajuda humanitária estão a caminho de Madaya
BEIRUTE — Mais cinco pessoas morreram de fome na cidade sitiada síria de Madaya, confirmou a organização Médicos Sem Fronteiras nesta segunda-feira, enquanto comboios de ajuda humanitária se dirigem para o local. A ONG alertou que a situação de 200 pacientes desnutridos poderia se tornar crítica se a ajuda não chegar.
De acordo com a Cruz Vermelha, caminhões levam comida suficiente para suprir 40 mil pessoas durante um mês, além de medicamentos, cobertores e kits de higiene. Moradores estão presos na cidade há seis meses devido a um bloqueio do governo sírio e não recebem ajuda humanitária desde outubro. Há registros de que 25 pessoas tenham morrido de fome desde primeiro de dezembro.
O regime de Bashar al-Assad permitiu o envio de ajuda humanitária das Nações Unidas depois de imagens de crianças e adultos subnutridos causarem indignação e condenação mundial. As fotos foram amplamente compartilhadas nas redes sociais.
A ajuda também será entregue a duas aldeias sitiadas pelas forças rebeldes no norte da província de Idlib. A situação em Foah e Kefraya também é calamitosa, com um número estimado de 20 mil pessoas presas desde março.
Menino subnutrido em Madaya sofre com a falta dos produtos básicos para a sobrevivência – AP
Na tentativa de sobreviver, muitas famílias estão se alimentando de folhas das árvores, com algumas pessoas fazendo sopa de grama. Os cães e gatos das cidades também se tornaram comida para a população e desapareceram na cidade, onde um quilo de arroz custa US$ 250.
Os moradores que tentaram sair da cidade em busca de comida foram mortos em explosões de de minas colocadas pelas forças do regime ou por franco-atiradores, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
— Descrever a situação como sendo trágica é pouco quando vemos a realidade — disse ao canal al-Jazeera um dos habitantes da cidade, Abu Abdul Rahman.
Atualmente, cerca de 4,5 milhões sírios vivem em áreas de difícil acesso, incluindo 400 mil em 15 locais sitiados, sem acesso às necessidades básicas.
Fonte: oglobo
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