Em dezembro, quando chegou a 0,96%, a taxa de inflação foi a maior desde 2002 (2,10%)
A inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), fechou o ano passado em 10,67%, contra 6,41% em 2014. A taxa acumulada em 12 meses é a maior desde novembro de 2003, quando chegou a 11,02%.
Em 2015, o consumidor passou a pagar mais caro por todos os grupos de produtos e serviços que compõem o custo de vida, especialmente pelas despesas relativas à habitação, que subiram 18,31%. Em relação ao ano anterior, apenas nos artigos de residência (5,36%) a variação foi menos intensa.
De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em dezembro, a inflação variou 0,96% e ficou 0,05 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de novembro (1,01%). Ainda assim, foi a taxa mensal mais alta para um mês de dezembro desde 2002 (2,10%). Em dezembro de 2014, a taxa foi de 0,78%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, os dois maiores resultados foram de alimentação e bebidas (1,50%) e transportes (1,36%) que, juntos, responderam por 66% do IPCA do mês, já que a soma de suas contribuições gerou 0,63 p.p.
No grupo alimentação e bebidas (1,50%), a alta chegou a 2,32% na região metropolitana de Fortaleza e 2,04% em Recife. Observa-se que os preços dos produtos consumidos em casa subiram 1,96%, em média, bem mais do que a alimentação fora de casa, cuja variação foi de 0,65%. Alguns itens apresentaram aumentos expressivos, a exemplo da cebola (13,71%) e do tomate (11,45%), açúcar refinado (10,20%) e cristal (7,14%), feijão-fradinho (7,24%) e carioca (7,02%).
Nos transportes, a alta de 1,36% foi influenciada por passagens aéreas, pois as tarifas dos voos ofertados em dezembro ficaram 37,07% acima das tarifas de novembro, quando foi registrada a variação de -5,18%.
Com 0,14 p.p. na formação do IPCA do mês, as passagens aéreas lideraram a lista das principais contribuições individuais. Além disso, os combustíveis, que nos dois meses anteriores se mantiveram na dianteira das contribuições, continuaram com seus preços em elevação, ainda que em menor intensidade. A alta ficou em 1,50%, sendo 1,26% o aumento do litro da gasolina e 2,80% o litro do etanol.
Ainda no grupo transportes (1,36%), destacam-se o item automóvel usado (0,78%) e as tarifas dos ônibus interestaduais (2,35%), refletindo aumentos ocorridos em Goiânia (13,17%), Brasília (9,70%), São Paulo (3,50%), Fortaleza (1,66%) e Curitiba (1,47%).
Os artigos de vestuário, com 1,15%, também mostraram alta expressiva, destacando-se as roupas femininas (1,65%) e masculinas (1,23%).
O grupo saúde e cuidados pessoais (0,70%) foi influenciado pelos itens plano de saúde (1,06%), serviços laboratoriais e hospitalares (0,95%) e artigos de higiene pessoal (0,90%), enquanto o grupo despesas pessoais (0,57%) sofreu pressão de excursão (5,76%), manicure (1,16%), cabeleireiro (1,09%) e empregado doméstico (0,43%).
O índice regional mais elevado foi o da região metropolitana de Fortaleza (1,45%), onde os alimentos tiveram alta de 2,32%. O menor índice foi o da região metropolitana de Belo Horizonte (0,58%).
O IPCA, calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e Brasília.
No cálculo do índice de dezembro, foram comparados os preços coletados de 28 de novembro a 29 de dezembro de 2015 (referência) com os preços vigentes de 28 de outubro a 27 de novembro de 2015 (base).
Fonte: R7
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