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Sem Maduro, Mercosul vai discutir comissão sobre diretos humanos

Adesão da Venezuela ao Protocolo de Assunção não prosperou, segundo fonte da delegação uruguaia

 

ASSUNÇÃO — Os ministros das Relações Exteriores do Mercosul elaboraram um comunicado que será discutido nesta segunda-feira pelos chefes de Estado dos países membros, no qual é proposta a criação de uma comissão de monitoramento dos direitos humanos no bloco. A iniciativa partiu do governo paraguaio e, depois de um dia de debates, foi aceita por consenso pelos demais países, entre eles a Venezuela. Já o pedido do Paraguai de que o governo do presidente Nicolás Maduro, o único que não estará presente no encontro, finalmente faça a adesão ao Protocolo de Assunção sobre o Compromisso com a Promoção e Proteção dos Direitos Humanos não prosperou, segundo confirmou uma alta fonte da delegação uruguaia.

A incorporação por parte da Venezuela do protocolo permitiria, caso o país não cumpra os compromissos assumidos, aplicar sanções como a suspensão e a perda de direitos dentro do bloco.

— O comunicado fará uma menção positiva sobre as recentes eleições legislativas na Venezuela e propõe a criação de uma comissão de monitoramento sobre direitos humanos — disse a fonte.

A pressão sobre o governo de Maduro foi liderada pelos governos dos presidentes Horacio Cartes, do Paraguai, e Mauricio Macri, da Argentina. De acordo com fontes argentinas, durante a reunião desta segunda Macri voltará a pedir a liberação dos presos políticos venezuelanos, como fez durante toda a campanha presidencial argentina.

Entre membros do governo argentino, a sensação é de que Maduro desistiu de participar da cúpula presidencial para evitar críticas e questionamentos de sócios como Argentina e Paraguai.

— Parece que ele se assustou —comentou uma fonte da Casa Rosada.

Se a comissão proposta pelos chanceleres for aprovada pelos chefes de Estado, seus membros poderão monitorar a situação dos direitos humanos na Venezuela. O que não está claro é se poderiam, eventualmente, punir o país, já que ele é o único do bloco que ainda não incorporou o Protocolo de Assunção.

Nesta segunda, chegam à capital uruguaia os presidentes do Brasil e da Argentina, que permanecerão apenas algumas horas no país. Na noite do último domingo, desembarcou em Assunção a presidente do Chile, Michele Bachelet. Também é esperada a presença do uruguaio Tabaré Vázquez e do boliviano Evo Morales.

Os presidentes discutirão, ainda, a eliminação de barreiras comerciais e a necessidade de dar impulso ao intercâmbio entre todos os países do bloco e avançar nas negociações com a União Europeia (UE).

Fonte: oglobo

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Gomes Oliveira

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