Retração do IBC-Br, calculado pelo Banco Central, veio acima do esperado pelo mercado
BRASÍLIA – O quarto trimestre começou com retração da economia. Em mais um sinal de que não anda bem, a atividade econômica no Brasil encolheu 0,63% em outubro, nos cálculos dos técnicos do Banco Central. A previsão dos economistas do mercado financeiro era de uma queda de 0,4% do Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br) no mês. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira pela autarquia.
Dos dez primeiros meses deste ano, a economia brasileira cresceu apenas em um deles. Segundo o BC, em fevereiro, o IBC-Br mostrou uma expansão da atividade de 0,52%. Em todos os outros meses, só dados negativos.
Não é à toa que neste ano, a queda da atividade econômica registrada pelo IBC-Br até outubro é de 3,66% na série com ajuste sazonal. A expectativa dos economistas é que a economia brasileira amargue uma recessão de 3,62% neste ano.
Nos últimos 12 meses, a retração da economia é de 3,16%, pelas contas do BC.
O ICB-BR E A DIVERGÊNCIA COM O PIB OFICIAL
O IBC-Br foi criado pelo BC para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) é divulgado pelo IBGE com defasagem em torno de três meses. Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia.
O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).
Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e importações.
Fonte: oglobo
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