Deputados querem formar grupo de trabalho e votar texto em 2023, para que mudanças não beneficiem titulares de mandato
Com aval do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deputados favoráveis ao semipresidencialismo planejam formar um grupo de trabalho para discutir o assunto em 2022. A ideia é promover um debate menos contaminado, sem a participação de atores que se beneficiariam diretamente com as mudanças.
Pela proposta, o sistema político ganha um primeiro-ministro, do Congresso, que passa a ser o chefe de governo, e mantém o presidente da República como chefe de Estado, eleito pelo voto direto.
Para descontaminar o debate, a votação do texto, que será fruto dessa discussão no grupo de trabalho, ficaria apenas para 2023, na nova legislatura. Se aprovado, o semipresidencialismo seria adotado apenas a partir de 2030.
O grupo de trabalho deve ter duração de quatro meses e vai ouvir parlamentares de países como França, Alemanha e Portugal, onde o sistema funciona, para chegar a um sistema próprio, adaptado às características do Brasil.
Apesar da discussão ter a simpatia do presidente Arthur Lira, há resistências dentro do Congresso. O deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) apresentou texto para uma PEC, mas não conseguiu coletar as assinaturas para o protocolo, já que a proposta previa o novo sistema já em 2023.
O parlamentar, no entanto, está promovendo mudanças no texto com a vigência em 2030 e, com isso, reiniciará a coleta das assinaturas. Ele acredita que as resistências serão menores com a nova data:
“A ideia é alterar o projeto para 2030 para que não haja contaminação com o processo eleitoral, para que candidatos como Lula, Doria, Bolsonaro, Moro não possam dizer que estamos tentando interferir em eventuais mandatos. Iremos desinterditar o debate. E essas discussões de médio e longo prazo são importantes para o país, para afastar mesmo qualquer oportunismo ou casuísmo”, disse ao R7 Planalto.
Pela proposta de Moreira, o presidente indica o primeiro-ministro, que precisa ser aprovado pela Câmara e Senado, na prática, formando uma maioria. E, se houver um problema no governo, seria possível substituir o primeiro-ministro, preservando o presidente.
FONTE: R7.COM
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