Meta do curso é reduzir número de disparos e de erros durante operações
RIO – Os policiais militares que mais atiraram nos últimos seis meses vão passar por um novo treinamento para que aprendam não só a usar menos suas armas, mas a evitar erros em operações. A primeira turma do curso, que terá duração de dez dias, já está fazendo aulas no Centro de Aperfeiçoamento de Praças da PM, em Sulacap: grande parte dos alunos é dos batalhões de Mesquita, São Gonçalo, Niterói e Irajá. Essas unidades são responsáveis por um em cada cinco tiros disparados pela polícia em todo o Estado do Rio.
Um dos objetivos principais é evitar erros como o que resultou na morte do menino Eduardo de Jesus, de 10 anos, no Complexo do Alemão, em abril deste ano. Em outubro, na Pavuna, um PM, ao confundir um macaco hidráulico com uma arma, atirou em dois jovens que estavam em uma motocicleta. Jorge Lucas Paes, de 17 anos, e Tiago Dingo, de 24, morreram.
No começo do ano, em Rocha Miranda, outra avaliação malfeita resultou na morte de dois inocentes. PMs perseguiam quatro homens por acreditarem que eles carregavam um fuzil, mas era apenas uma peça de motocicleta. Os policiais mataram Gleberson Alves, de 28 anos, e Alan Pereira, de 20. Em 2010, um caso semelhante chocou o Rio: o cabo Leonardo Albarelo atirou em um morador que segurava uma furadeira elétrica no terraço de casa, no Morro do Andaraí. Ele também morreu.
Durante o curso, os policiais militares participam de simulações. Numa tela gigante, são apresentadas situações em que os policiais têm que identificar, rapidamente, se um suspeito está armado.
– Esse treinamento é fundamental para o policial aperfeiçoar o seu processo decisório, que é o que acontece quando ele se depara com uma ocorrência na rua. Nós pretendemos, atuando junto com esse grupo, reduzir o disparo de arma de fogo e gerar menos riscos para a população – disse o tenente-coronel Mauro Andrade, chefe de Planejamento Operacional da PM, ao “RJ TV”, da Rede Globo.
Fonte: oglobo
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