Professora Márcia Mura, premiada pelo Ministério da Cultura em 2010, foi afastada pelo governador bolsonarista Coronel PM Marcos Rocha.
A professora indígena Márcia Mura, premiada pelo Ministério da Cultura em 2010, historiadora e liderança indígena de Rondônia, foi afastada da Escola Estadual Professor Francisco Desmorest Passos, no Distro de Nazaré, localidade ribeirinha de Porto Velho, por “insistir na temática indígena”.
Márcia, que é crítica ao governo Bolsonaro, viu apagarem um mural com a imagem de um indígena inca, em mais uma medida de apagamento indígena feita por agentes do estado.
A escola, mesmo estando em uma área rural em território ancestral Mura, não possuía currículo diferenciado. Mesmo contrariando os registros que informam que Marcia ministrou o conteúdo e entregou o material de estudo para alunos durante a pandemia, a escola informa que a professora não ensinava o que estava definido no plano de estudos. A questão principal parece não ser o que ela ensinava, mas como ensinava.
A professora afirma que havia discordâncias metodológicas, e a diretora da escola, Ana Laura Camacho, informou que a decisão “veio de cima”, e quando questionada de onde veio a ordem de remover a professora indígena, não respondeu.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação, Lionilda Simão, disse que as perseguições na Educação em Rondônia são frequentes, e que outras “pessoas foram removidas de seus setores por pura perseguição”.
O governo bolsonarista e anti-indígena de Rondônia
Rondônia é um estado de maioria conservadora, com quase 40% da população professando fé evangélica. O estado votou maciçamente em Bolsonaro, que teve 72,18% dos votos no segundo turno.
Coronel PM Marcos Rocha, foi eleito governador de Rondônia, também no segundo turno, com 66,34% dos votos.
O governador é aliado de Bolsonaro, e censurou livros que eram julgados inadequados para crianças e adolescentes.
Além de censurar livros, é favorável a produção agropecuária em terras indígenas.
Em entrevista à Rádio CBN, durante a campanha para o governo de Rondônia, o Coronel Marcos Rocha defendeu o torturador Brilhante Ulstra, chamando-o de “herói nacional”.
Marcos Rocha também implantou, somente em 2020, cinco escolas públicas com “modelo militar”, aumentando para 13 o número deste tipo de estabelecimento educacional no estado, que ensina a obedecer, mas não estimula o livre pensamento e nem tampouco o conhecimento.
O atual governador de Rondônia também extinguiu, através de canetada, mais de 200 mil hectares de unidades estaduais de conservação, dando de presente aos grileiros que invadiram os locais uma área equivalente às capitais de São Paulo e da Bahia, juntas. Todas, vizinhas de terras indígenas, onde os grileiros também invadem para retirar madeira e tentar lotear os locais.
Marcos Rocha não esconde de ninguém, que segue a mesma linha de pensamento do presidente do qual se diz “amigo”.
AUTOR/FONTE: Marcelo Winter – Rondônia Já
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