A Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) articula com o Grupo de Estudos e Extensão em Inovação Tecnológica e Qualidade do Pescado (GETEP), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), e a Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP/MAPA) a realização de inédito estudo sobre Rastreabilidade da Salmonella na cadeia de produção de tambaqui.
“É o primeiro trabalho no Brasil que visa solucionar um importante desafio sanitário do Tambaqui no país, com o objetivo principal de proporcionar segurança alimentar aos consumidores e possibilitar que o mais importante peixe nativo do Brasil acesse mais mercados internacionais”, ressalta Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR.
O estudo é liderado pela Dra. Juliana Galvão, pesquisadora da ESALQ/USP, coordenadora do GETEP. “A salmonelose é uma doença transmitida por alimento, ocupando posição destacada no campo da saúde pública em todo o mundo pelas suas características de morbidade e, em particular, pela dificuldade de seu controle. A Salmonella spp. apresenta grande adaptação fisiológica, o que confere a esta bactéria condições de se desenvolver em ambientes associados às práticas aquícolas”, explica a profa. Juliana Galvão.
Ela informa que o estudo vai diagnosticar e rastrear ocorrências de contaminação por Salmonella na cadeia produtiva do Tambaqui, incluindo a identificação das operações e pontos críticos ao longo da cadeia produtiva – da água ao prato. “A partir do rastreio dos pontos críticos de contaminação será elaborado um Plano de Ação, incluindo estratégias, ferramentas e procedimentos a ser priorizados, promovendo ganhos de eficiência, qualidade e sustentabilidade da produção”, reforça a pesquisadora da ESALQ/USP.
“Essa é uma demanda importante dos produtores da Tambaqui associados à Peixe BR. A bactéria Salmonella é o principal desafio à exportação da espécie. Equacionando esta questão sanitária, nos tornaremos mais competitivos e teremos um enorme mercado para explorar”, ressalta Hebert Carli Júnior, Gestor de Piscicultura e Pecuária do Grupo Bom Futuro.
Para Bruno Leite, diretor da Zaltana Pescados, esse estudo é muito importante para reforçar a preocupação da cadeia produtiva com a segurança alimentar dos peixes nativos. “O Tambaqui e demais peixes nativos têm grande potencial de consumo e exportação. Para isso, precisamos criar protocolos embasados cientificamente para atender às exigências do mercado global”, assinala.
Esse é o primeiro estudo sobre o tema no Brasil, que envolverá a identificação da Salmonella desde a propriedade de produção, passando pelo transporte e chegando à indústria, contemplando também os procedimentos de controle.
O projeto conta com recursos da Food and Agriculture Organization (FAO), agência das Nações Unidas para a alimentação, que lidera esforços para a erradicação da fome e combate à pobreza no mundo.
FONTE: ASSESSORIA TEXTO COMUNICAÇÃO
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