A polícia de São Paulo concluiu que Suzana Paulino da Silva, de 14 anos, foi morta em casa por uma amiga de escola porque provocava ciúme na menina, de mesma idade. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, X. confessou que tinha raiva da adolescente.
Caçula de três irmãs, Suzana cursava o nono ano da Escola Estadual Jardim Gaivotas III. No último dia 8, ela se sentiu mal e foi para a casa mais cedo, no bairro Grajaú, na Zona Sul, acompanhada do avô. Segundo a SSP, X. então comentou no colégio que iria até a casa da amiga para levar os exercícios passados em sala. “Ela foi à casa da vítima já com intenção de brigar”, informou a SSP.
Ainda de acordo com o órgão, Suzana, que estava sozinha na sala, teria mostrado uma música em seu celular a X.. Como o aparelho foi bloqueado, ela pediu a senha à amiga, que a ignorou, dando início a uma discussão.
A Secretaria afirma que, após dez minutos de briga, X. a foi até a cozinha pegar uma faca e, ao voltar para a sala, feriu Suzana no pescoço. A menina tentou se defender e chegou a pegar a arma, mas X. pegou um martelo e feriu Suzana na cabeça. “Mesmo percebendo que Suzana morreu com o golpe, a adolescente deu várias facadas em sua cabeça. E quando percebeu que a vítima não esboçava mais reação, observou o corpo e ainda deu mais golpes em seu rosto”, descreveu a SSP.
A mãe e a irmã do meio de Suzana encontraram o corpo. À polícia, elas disseram que foram roubados três blusas, um estojo de maquiagem, uma prancha de cabelo, uma blusa de manga jeans e um celular novo. Agentes chegaram à suspeita depois que ela foi vista na escola com uma blusa e um celular parecidos com os da vítima. “Também chegou ao conhecimento dos investigadores que a autora teria temperamento difícil, de orientação homoafetiva e que nutria pela vítima um sentimento de raiva, provavelmente por ciúme”, afirma a SSP.
No último dia 17, a polícia então foi à casa de X. e encontrou os objetos descritos por familiares. “Ela tentou negar o envolvimento, mas diante de tantas evidências, acabou admitindo o crime”, explica a SSP.
Uma prima de Suzana, de 23 anos e que pediu para não ser identificada, descreve a moça como “meiga, tímida e um pouquinho fechada”.
— Acredito que X. possa ter feito isso realmente por inveja. Por mais que algumas pessoas sejam simples, se elas tiverem fé em Deus e lutarem por sua felicidade, nada poderá impedi-las. Não justifica ela ter tirado a vida da nossa princesa. É meio que difícil de acreditar — desabafa ela.
A prima diz ainda que a família da acusada não se pronunciou sobre o assunto e destaca a frieza de X.
— No dia em que foi apreendida, minha tia e prima ficaram frente a frente com ela. Não falou nada, apenas confessou o crime — lembra a jovem: — Ela não demonstrou arrependimento em momento algum.
Uma ex-professora das duas, que também prefere não se identificar, lembra do sorriso da moça e se emociona:
— Ela era amiga de todos e, acima de tudo, estudiosa. Procurava sempre colocar os amigos para cima. Estão todos chocados com tamanha crueldade. X. era colega de sala da Suzana, mas em aula era sempre encrenqueira e arrumava confusão com os colegas. Coisa de adolescente, talvez. Tinha sempre uma implicância com alguém. Mas nunca imaginava que chegaria a esse ponto. Acredito que ela não tinha afeto e atenção em casa e acabava querendo chamar atenção de alguma forma.
Parentes dizem que a família de X. não apareceu mais em casa. Ao EXTRA, a Vara da Infância e Juventude afirma que o caso corre em segredo de Justiça e que não pode informar o destino da jovem.
A mãe e as irmãs de Suzana ainda não voltaram para a casa. O pai da jovem morreu há seis anos.
— Elas não voltaram e nem querem voltar. E ninguém pretende ter contato algum com a família dela. Está todo mundo abalado ainda. Só quero que ela pague pelo que fez, pois ela não tem condições de viver em sociedade, mesmo sendo menor. Todos têm receio de ela sair e cometer algo novamente contra a família.
Fonte: extra.globo
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