Ministro defendeu atuação “tripartite” contra a covid-19 e iniciativa de grandes estados para buscar insumos por conta própria
Em meio a falta de medicamentos do kit intubação para tratar pacientes graves da covid-19 no Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira (15) em coletiva de imprensa que “grandes estados” têm condições e devem buscar insumos também por conta própria para garantir que o sistema de saúde local não colapse.
“Existem estados que têm economias maiores do que países e têm condição de buscar estes insumos. Não é só empurrar para as costas do ministério da Saúde. Vamos deixar isso bem claro, é uma atuação tripartite. Se instituições privadas buscam importações e trazem esses insumos para cá, porque grandes estados não fazem isso?”, disse o ministro.
A fala ocorreu um dia depois do governo estadual de São Paulo cobrar publicamente o ministério pela falta de assistência e a situação crítica de hospitais paulistas, a alguns dias de ficarem sem medicamentos neuromusculares e anestésicos suficientes para intubar pacientes da covid-19. O governador João Doria, por sua vez, já afirmou que vai recorrer ao exterior para fazer uma compra emergencial dos kits.
Para solucionar a situação dramática de escassez dos produtos em diversos estados, o ministério vai negociar com países parceiros e recorrer a doações de empresas privadas. Com as ações, a pasta espera normalizar os estoques em dez dias.
Queiroga destacou um acordo já fechado com a Espanha, uma compra internacional realizada pelo ministério por meio da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) e a realização de um pregão internacional nos próximos dias. O ministro não detalhou as quantidades ou valores das compras.
Ele ainda anunciou que um lote de 2,3 milhões de medicamentos doados por um grupo de sete empresas chegarão ao Brasil ainda nesta quinta. O grupo também promete a chegada de outro lote ainda em abril com mais 900 mil produtos como sedativos, neurobloqueadores musculares e analgésicos opioides que serão repassados ao SUS (Sistema Único de Saúde).
As empresas que formam o conglomerado são a Vale, Engie, Itaú Unibanco, Klabin, Petrobras, Raízen e TAG.
Por fim, o ministro cobrou união entre estados e municípios no momento mais crítico da pandemia. “Não é hora de ficar um atirando no outro, é hora de trabalhar em prol da sociedade brasileira. Vamos deixar o Twitter de lado e responder a sociedade brasileira com políticas públicas”, opinou.
FONTE: R7.COM
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