O governo federal começou 2021 sem um Orçamento aprovado pelo Congresso Nacional. Segundo economistas ouvidos pelo UOL, ficarão limitadas as modificações ou adaptações no planejamento de despesas.
A Comissão Mista de Orçamento sequer chegou a funcionar, em meio a queda de braço por seu comando. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que serve para orientar e dar diretrizes ao Orçamento, foi aprovada somente no dia 16 de dezembro.
José Carlos Oliveira, professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília, comparou a situação do governo ao contexto de uma família que não sabe o que fará com o dinheiro que sobra após o pagamento dos gastos básicos.
“É preciso ter consciência do que vai gastar. Não estamos em um ano normal. E, mesmo sendo um ano anormal, tem que tomar providências que sejam passíveis de darem à economia um pouco de previsibilidade”, afirmou ao UOL.
Além da dificuldade para se programar, os entrevistados também citam como um efeito dessa indefinição a desconfiança por parte dos investidores estrangeiros, o que levaria ao atraso da recuperação econômica.
“A gente precisa pensar nessas demandas [de empobrecimento de parte da população] que vão ter pressão em todo o Orçamento de 2021, e aprovar um Orçamento sem endereçar essas questões é um risco muito grande. Os agentes vão receber esse sinal com bastante desconfiança e vão começar a precificar isso”, fala Juliana Damasceno, economista e pesquisadora de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas.
FONTE: ISTO É
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