Internações hospitalares nos EUA atingem níveis recordes, enquanto cidade de Nova York alerta que está à beira de segunda onda da pandemia
Nova York adotou novas restrições para conter o coronavírus e o prefeito Bill de Blasio alertou que esta é a “última chance” da cidade impedir uma segunda onda de contaminação.
Bares, restaurantes e academias devem fechar até as 22h e as pessoas só podem se reunir em grupos de até 10 pessoas.
Os Estados Unidos estão vivendo um aumento no número de casos do coronavírus — com um recorde de 65.368 americanos hospitalizados na quarta-feira.
O Covid Tracking Project também identificou um recorde de 144.270 novos casos.
Em média, mais de 900 pessoas estão morrendo por dia por conta da doença.
Mais de um milhão de novos casos em novembro elevou para mais de 10 milhões o número de casos em todo o país, com 233.080 mortes até agora.
Os EUA têm registrado mais de 100 mil novos casos por dia nos últimos oito dias, o que os especialistas dizem ser um surto pior do que os registrados na primavera e no verão.
Especialistas alertam que hospitais em todo o país podem ficar sobrecarregados em breve.
Na quarta-feira, um membro do painel de assessoria para assuntos de covid-19 do presidente eleito Joe Biden disse que um bloqueio de quatro a seis semanas poderia controlar a pandemia.
Um dos principais consultores desse painel, Michael Osterholm, disse que o governo poderia emprestar dinheiro suficiente para cobrir a perda de receita das empresas durante uma paralisação radical.
“Estamos vendo um aumento nacional e global da covid, e Nova York é um navio nessa maré de covid”, disse o governador do Estado, Andrew Cuomo, na quarta-feira.
As novas medidas que entram em vigor nesta sexta-feira (13/11) são, segundo Cuomo, uma resposta ao fato de o rastreamento de contatos identificar encontros noturnos como os principais vetores de disseminação do vírus no Estado.
Se a taxa de disseminação da infecção continuar crescendo, o prefeito de Blasio disse que a rede de escolas públicas da cidade de Nova York seria fechada e as crianças iniciariam aulas online.
“Esta é nossa última chance de impedir uma segunda onda. Podemos fazer isso, mas temos que agir agora”, tuitou de Blasio.
A cidade de Nova York foi gravemente atingida pelo vírus no início deste ano, quando quase 18 mil pessoas morreram por covid-19 em março, abril e maio, de acordo com o Departamento de Saúde e Higiene Mental da cidade.
Os Estados americanos quebraram novos recordes de casos esta semana, com o Texas se tornando o primeiro a atingir um milhão de casos na terça-feira. Se o Texas fosse um país, estaria em 11º lugar no mundo em quantidade de casos.
Outros Estados, incluindo Illinois, Wisconsin, Minnesota, Califórnia e Flórida, também tiveram aumento de casos. A rede CBS News informou que 15 Estados viram o número de pacientes hospitalizados por conta do vírus dobrar em outubro.
Alguns hospitais, como Idaho e Missouri, tiveram que recusar pacientes porque ficaram sem espaço.
Como resultado, os Estados com mais casos tiveram de impor novas restrições para barrar as contaminações. Moradores de Wisconsin e Nevada devem ficar em casa por duas semanas e, em Minnesota, bares e restaurantes devem fechar antes das 22h.
Na terça-feira, Osterholm alertou para uma “tempestade perfeita”. Em entrevista à CBS nesta manhã, Osterholm disse que “não há dúvidas de que nossos hospitais estão prestes a ficar sobrecarregados”. Ele afirmou que “os dias mais sombrios desta pandemia serão entre agora e a próxima primavera”, antes da provável chegada da vacina.
Osterholm, que dirige o centro de pesquisa de doenças infecciosas da Universidade de Minnesota, disse que, durante o pico no verão, após o feriado nacional do Dia do Trabalho, os novos casos aumentaram para 32 mil por dia.
“Agora estamos registrando de 120 a 130 mil casos por dia”, disse ele. “Não fique surpreso quando chegarmos a 200 mil casos por dia.”
No mesmo dia, o chefe de doenças infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, deu algumas notícias promissoras. Ele disse que a nova vacina para covid da Pfizer deve passar por um processo de autorização de emergência na próxima semana. Testes em humanos sugerem que ela é 90% eficaz.
Fauci disse ao MSNBC: “Vou analisar os dados, mas confio na Pfizer, confio na FDA (a agência reguladora local, a Food and Drug Administration). São colegas meus há décadas, cientistas de carreira”.
Em meio ao surto em andamento, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) atualizou uma pesquisa sobre uso de máscaras, dizendo que ela não protege apenas os outros, mas também a pessoa que a usa.
A orientação anterior baseava-se na ideia de que o principal benefício do uso da máscara era de potencialmente impedir que uma pessoa infectada transmitisse covid a outras pessoas.
O CDC referenciou vários estudos, incluindo um caso em que dois cabeleireiros que testaram positivo para covid interagiram com 139 clientes — mas dos 67 clientes que os pesquisadores testaram, nenhum teve a doença. Os profissionais e todos os clientes usaram máscaras no salão.
Outro estudo investigando o surto a bordo do porta-aviões USS Theodore Roosevelt descobriu que o uso de máscara parecia ter reduzido o risco de transmissão do vírus em 70%, disse o CDC.,
FONTE: BBC NEWS BRASIL
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