Pesquisa do IBGE aponta que há cerca de 1,1 milhão de pessoas a mais à procura de emprego frente ao trimestre encerrado em maio
A taxa de desocupação bateu novo recorde no trimestre encerrado em agosto, com 14,4%, atingindo 13,8 milhões de brasileiros.
Os dados constam da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal), divulgada nesta sexta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A taxa é a maior registrada pela Pnad desde o início da série histórica, que começou em 2012. De acordo com o IBGE, são cerca de 1,1 milhão de pessoas a mais à procura de emprego frente ao trimestre encerrado em maio deste ano.
Em julho, o desemprego atingia 13,1 milhões, com taxa de 13,8%. Veja a taxa de desocupação da série histórica:
“Esse aumento da taxa está relacionado ao crescimento do número de pessoas que estavam procurando trabalho. No meio do ano, havia um isolamento maior, com maiores restrições no comércio, e muitas pessoas tinham parado de procurar trabalho por causa desse contexto. Agora, a gente percebe um maior movimento no mercado de trabalho em relação ao trimestre móvel encerrado em maio”, afirma.
O rendimento médio real habitual subiu 3,1% no trimestre encerrado em agosto, valendo R$ 2.542.
Houve crescimento ainda maior em comparação ao mesmo trimestre de 2019 (8,1%). A soma do rendimento do mês chegou a R$ 202,5 bilhões, com queda de 2,2% (menos R$ 4,6 bilhões) frente ao trimestre anterior e 5,7% (menos R$ 12,3 bilhões) contra o mesmo trimestre de 2019.
Em contrapartida, o número de pessoas ocupadas caiu 5% em comparação ao trimestre encerrado em maio. São 81,7 milhões nesta situação, 4,3 milhões a menos em comparação com trimestre anterior. Trata-se do menor contingente de ocupados desde o início da série histórica.
“Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, a queda é de 12,8%, o que representa 12 milhões de pessoas a menos no mercado de trabalho”, diz o IBGE.
Beringuy afirma que, no trimestre anterior, havia a perda da ocupação e o aumento da inatividade, ou seja, as pessoas perdiam seus empregos, mas não estavam pressionando o mercado em função das medidas mais restritivas de isolamento social.
“O cenário que temos agora é da queda da ocupação em paralelo com o aumento da desocupação. As pessoas continuam sendo dispensadas, mas essa perda da ocupação está sendo acompanhada por uma maior pressão no mercado”, afirma a pesquisadora.
Com isso, o nível de ocupação foi de 46,8%, também o mais baixo da série histórica, com queda de 2,7 pontos percentuais ante o trimestre anterior (49,5%), quando, pela primeira vez na história da pesquisa, o índice ficou abaixo de 50%.
No mesmo período, o número de empregados com carteira assinada caiu 6,5%, chegando a 29,1 milhões de pessoas, o menor contingente da série. É uma retração de dois milhões de pessoas com trabalhos formais.
A taxa de subutilização também bateu recorde da série histórica, no trimestre encerrado em agosto, com 30,6%, atingindo 33,3 milhões de pessoas. Em relação a maio, houve um incremento de 3 milhões de pessoas dentro deste recorte.
De acordo com o IBGE, é considerado subutilizado todo aquele que está desempregado, que trabalha menos do que poderia, que não procurou emprego mas estava disponível para trabalhar ou que procurou emprego mas não estava disponível para a vaga.
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