A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar a participação de integrantes da igreja de Flordelis que, a mando da pastora e deputada federal, teriam tentado envenenar o pastor Anderson do Carmo, assassinado com 30 tiros no dia 16 de junho do ano passado. Anderson e Flordelis foram casados durante 21 anos.
Flordelis foi eleita depurada federal em 2018, tendo como uma de suas principais bandeiras a desburocratização da adoção no Brasil. Ela ficou conhecida por afirmar ser mãe de 55 filhos, a maioria deles apenas afetivos, sem que tenham sido formalmente adotados.
Conforme consta em relatório da investigação conduzida pelo delegado Allan Duarte Lacerda, da Delegacia de Homicídios de Niterói, a informação sobre as tentativas de envenenamento por pessoas da igreja de Flordelis foi dada, em depoimento aos investigadores, por Luana Vedovi Pimenta, ex-nora da deputada.
Luana relata que “haveriam pessoas na igreja que colocavam a substância (veneno) nas comidas e bebidas de Anderson a mando de Flordelis”. E afirmou ter sido “testemunha visual de algumas vezes em que Flordelis colocou substâncias na bebida de Anderson”. Uma dessas vezes, segundo relatos de Luana, aconteceu no gabinete da pastora, em Brasília, quando o veneno foi colocado em um suco de laranja feito por Marzy – outra filha adotiva da deputada e também pesa na operação da última segunda-feira – e entregue nas mãos de Flordelis, que repassou o suco para Anderson.
As tentativas de envenenar Anderson respingaram também em outros membros da família. De acordo com a investigação da Polícia Civil, Tayane, uma das filhas afetivas de Flordelis e de Anderson acabou sendo “outra vítima colateral da tentativa de envenenamento”. Na ocasião, ela tomou um iogurte que estava aberto na geladeira e passou muito mal. A bebida era de Anderson e não havia sido consumida totalmente por ele.
Em outra situação, a irmã de Tayane, Cristiane, também filha afetiva da deputada tomou uma bebida oferecida por Anderson e acabou internada durante cinco dias. Os investigadores constataram que Flordelis estava colocando arsênio nos alimentos e bebidas de Anderson. Ele chegou a passar por quatro internações, de acordo com os boletins médicos obtidos pelos policiais e anexados ao inquérito.
Ainda de acordo com o relatório da Polícia Civil, Carlos Ubiraci, mais um filho adotivo de Flordelis, é outra “testemunha consciente” sobre as tentativas de envenenando contra Anderson. Em relato de Luana à polícia, ela diz que Carlos, com quem era casada, recomendou que ela não comesse ou bebesse qualquer coisa que fosse dado a Anderson, pois “corria o risco de ser envenenada”.
FONTE: CNN BRASIL
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