É lorota achar que a suposta unidade partidária repetida por todos naquela reunião seja pra valer. Sobram desconfianças, além de decepção
LOROTA
Embora tenha participado da reunião presencial (em tempos de pandemia) ao lado dos dirigentes do MDB, o ex-desembargador Walter Waltenberg não estava nada feliz com o anúncio da candidatura do ex-secretário de estado da saúde Williames Pimentel a prefeito de Porto Velho. É lorota achar que a suposta unidade partidária repetida por todos naquela reunião seja pra valer. Sobram desconfianças, além de decepção.
PRESSÃO
Ainda na condição de magistrado, uma comitiva organizada pelos dirigentes do partido, coordenada por Jean Oliveira, havia convidado Waltenberg para ser o nome novo na sucessão da capital. Após algumas semanas, o deputado estadual Jean Oliveira passou a pressionar para que ele (Walter) anunciasse imediatamente a aposentadoria e a candidatura. Escalaram então o deputado federal Lúcio Mosquini (Presidente do Diretório Regional) para que o procurasse e cobrasse uma data sobre o anúncio. Após explicações dadas por Waltenberg de que necessitaria mais alguns dias, Mosquini disse que ficaria aguardando a definição.
BARRADO
Um fato inesperado e humilhante com um militante do partido mudou toda a intenção do Diretório do MDB em lançar um nome novo com a qualificação intelectual e moral de Walter Waltenberg à prefeitura de Porto Velho. Williames Pimentel, fiel escudeiro do senador Confúcio Moura, até então sequer era especulado para candidatura, fora barrado pela segurança do governador Marcos Rocha de ingressar nas dependências do Palácio Madeira para representar o senador emedebista numa reunião com o ministro da saúde, general Eduardo Pazzuelo. A humilhação sofrida foi o suficiente para que Pimentel rodasse a “baiana” (como diz o jargão com alguém irritado) e exigisse uma reação. A reação veio em forma de candidatura a prefeito da capital.
TAPETE
Quando Waltenberg informou ao deputado federal Mosquini que aceitaria ser o candidato do MDB, por ligação telefônica, percebeu imediatamente que o parlamentar havia reagido à ligação com palavras de constrangimento. O diálogo foi se estendendo até que o deputado informasse ao Walter que o partido havia estimulado outras candidaturas. Foi então que o ex-magistrado caiu na real e lembrou dos alertas que alguns amigos haviam feito de que não confiasse na atual direção do MDB. Dito e feito: teve o tapete puxado e a direção do MDB já havia optado em lançar como candidato a prefeito da capital Pimentel, seu ex-candidato derrotado nas últimas eleições a prefeito. Inclusive na de deputado estadual.
EDILIDADE
Insistir na candidatura numa convenção de carta emedebista majoritariamente ligada ao deputado Lúcio Mosquini e ao senador Confúcio Moura, ambos amigos de Pimentel, seria uma estreia horrível para o ex-presidente do Tribunal de Justiça. Walter Waltenberg recuou na postulação e colocou de forma humilde o nome à disposição da nominata do partido para vereador. Resta saber se também vão aceitar colocar na nominata para edilidade um nome tão respeitado. No MDB de Rondônia tudo pode acontecer, menos a turma de Confúcio Moura perder – Raupp que o diga.
PROGNÓSTICO
Mesmo sem nomes vistosos na disputa da capital, a exemplo do deputado federal Léo Moraes e do prefeito Hildon Chaves, qualquer prognóstico provisório – política é como nuvem – no cenário atual não coloca o ex-secretário de saúde Pimentel como um candidato competitivo por inúmeras razões, dentre elas, os problemas judiciais. Nem uma máquina partidária azeitada foi capaz de levar Pimentel para o segundo turno das eleições municipais passadas. O MDB contava com o governador, senador, o presidente da Assembleia, três deputados federais e inúmeros cargos federais. Além de tudo isto, Pimentel manteve toda a sua equipe na secretaria de estado da saúde trabalhando em prol de sua pretensão. Imaginem sem nada disso: passa a ser um prognóstico fácil de desenhar.
REQUENTADO
Mesmo esta coluna adiantando há mais de sessenta dias que Hildon Chaves não concorreria a um segundo mandato em razão das suas posições contrárias ao instituto da reeleição, alguns setores insistiram inutilmente em sentido contrário. O prefeito vai anunciar quando achar conveniente que não é candidato. Avalia até nem anunciar. Não é obrigado. Aos desavisados, a coluna adianta que é mínima a possibilidade de Chaves – não sendo candidato – declinar apoio a algum dos candidatos. Talvez num eventual segundo turno.
CAÇADOR
O que tem chamado a atenção deste cabeça chata nesse início de eleição é a movimentação de um candidato com o nome Caçador, em Guajará-Mirim. Os concorrentes que abram os olhos para não virarem caça. Por coincidência, assim como na capital, é onde se registra o maior desgaste do executivo estadual.
MEIO AMBIENTE
A Federação de Indústria e Comércio de Rondônia organiza com a Confederação Nacional da Indústria um grande evento na capital federal sobre desenvolvimento na ótica das possibilidades ambientais. É um evento interessante que tem recebido uma boa receptividade nos meios empresariais nacional.
EMPULHAÇÃO
Quem desembarca no aeroporto Belmont é surpreendido com uma equipe da secretaria de saúde do estado, acompanhada de policiais portando armas pesadas, exigindo o preenchimento de uma ficha com o pedido de informações sobre onde você embarcou, sua idade, companhia que voou e endereço. Pela propaganda exposta é uma equipe ligada ao setor da Covid da secretaria. O que intriga é que a ficha não tem nenhum conteúdo técnico, científico ou investigatório em relação à pandemia. Uma inutilidade desnecessária que irrita quem desembarca e não há nenhum outro aeroporto no país que faça a mesma exigência. Nomes e o embarque bastaria requisitar a companhia. As demais informações não têm nexo com a Covid. Uma empulhação.
AUTOR: RÓBSON OLIVEIRA – JORNALISTA – COLUNA RESENHA POLÍTICA
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