Foram encontrados os corpos de dois desaparecidos após a explosão em um navio-plataforma da Petrobras no Espírito Santo, aumentando para cinco o número de mortos no acidente, informou nesta quinta-feira a dona do navio, BW Offshore. Na quarta-feira às 12h50 houve uma explosão na casa de bombas da FPSO Cidade de São Mateus e, até o fim da noite, três mortes haviam sido confirmadas. Quatro pessoas continuam desaparecidas. Ao todo, estavam a bordo do navio-plataforma, fretado pela Petrobras, 74 pessoas. Segundo a BM Offshore, o restante da tripulação foi resgatado, sendo que dois ainda estão internados em estado crítico. As operações de busca e salvamento continuaram por toda a madrugada e a produção da plataforma foi paralisada.
“Por motivos de segurança, nesse momento todos os funcionários foram retirados da embarcação. Os parentes das vítimas foram informados e os funcionários estão sendo atendidos por uma equipe de apoio montada pela BW Offshore Brasil”, comunica a empresa. A unidade é operada para a Petrobras pela BW Offshore. O navio Cidade de São Mateus opera nos campos de Camarupim e Camarupim Norte no litoral do Espírito Santo, a aproximadamente 120 quilômetros da costa.
“É um dia trágico para nós, nosso foco é nos funcionários e suas famílias. Não vamos descansar enquanto não encontrarmos os quatro desaparecidos. Somos gratos à Petrobras e às autoridades brasileiras pelo esforço incansável e gostaríamos de agradecer o apoio deles nesse momento”, diz Carl Arnet, CEO da BW Offshore. Na quarta-feira a Petrobras também lamentou o acidente. A estatal informou a Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP) sobre o acidente às 14 horas, mas a nota oficial foi divulgada apenas às 18 horas.
Investigação – A primeira hipótese com que a Petrobras trabalha para explicar o acidente é a de que um vazamento mal controlado por um técnico na casa de bombas da embarcação tenha originado a explosão. Segundo informações recebidas pelos investigadores, um técnico que trabalhava na manutenção do navio-plataforma detectou um princípio de vazamento, pensou ter consertado o problema e saiu para almoçar. Pouco tempo depois, a casa de bombas explodiu. Essa versão, porém, carece de detalhes e de comprovação. Até porque suscita algumas dúvidas que os técnicos que trabalham na gestão da crise dentro da estatal ainda estão tentando esclarecer.
Em nota divulgada nesta quinta-feira, a ANP contou que na noite de quarta-feira dez bombeiros embarcaram na plataforma por helicóptero da Marinha e conseguiram localizar um corpo (já contabilizado entre os cinco mortos), mas não tiveram sucesso na localização de outros corpos devido à falta de acesso à casa de bombas.
“Os dez bombeiros e as três pessoas que estavam a bordo tiveram de deixar a plataforma por volta das 2h30 da madrugada devido ao alagamento na sala de máquinas, que é contígua à sala de bombas. A plataforma ficou sem tripulação. Às 3h30, 80% do casco havia sido escaneado sem identificar danos (a água na sala de máquinas provavelmente foi proveniente da rede de incêndios)”, disse em nota a agência.
Nesta manhã, a equipe voltou a sobrevoar a região, junto com um especialista em integridade estrutural da BW. A ANP acompanha o desenrolar do acidente na sala de crise da Petrobras, em Vitória.
Fonte: VEJA
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