O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu nesta segunda-feira que sejam mantidas as recomendações feitas pelos estados para conter o avanço da epidemia do novo coronavírus, que já matou 159 pessoas e contaminou 4.579 no país. Os gestores locais têm imposto medidas para restringir a circulação de pessoas e de algumas atividades econômicas, na contramão do que quer o presidente Jair Bolsonaro.
— Por enquanto mantenham as recomendações dos estados, porque nesse momento é a medida mais recomendável, porque temos muitas fragilidades ainda no sistema de saúde — disse Mandetta.
Desde a entrevista coletiva de sábado, Mandetta vem dando declarações contrárias às de Bolsonaro. O Ministério da Saúde pede, por exemplo, para que as pessoas evitem ao máximo sair à rua, para diminuir o risco de contágio. Já Bolsonaro é favorável ao isolamento vertical, ou seja, apenas dos grupos de risco, como idosos e pessoas com outras doenças.
— A pasta continua técnica, continua científica, e trabalhando dentro do seu planejamento — disse Mandetta.
O ministro participou da primeira coletiva em novo formato. A partir de agora não haverá mais entrevista com integrantes da pasta na sede do ministério. As coletivas serão no Planalto, com a participação de outras pastas.
Última palavra de Bolsonaro
Mandetta destacou o exemplo dos Estados Unidos, em que o presidente Donald Trump teve que adiar o prazo para que medidas restritivas continuem valendo por lá. Mas destacou que, no Brasil, a última palavra será do presidente Bolsonaro, a partir de informações levantadas pelo Ministério da Saúde e outras pastas do governo.
— Quem fala que vai ser dia 1, dia 6, dia 7, dia 18, dia 19… Todos os países que se comprometeram com tempo bateram com a cara na porta. Ontem foi o Trump que teve que passar da Páscoa (12 de abril) para o dia 30 de abril, por que os Estados Unidos precisam até o dia 30 para se organizar — disse Mandetta.
O ministro apontou que, se demorar muito para parar as atividades, a medida não terá efeito, citando os casos da Itália e da Espanha.
— Parar quando está no lá ápice, aí a epidemia vai seguir seu curso, mesmo tendo parado até o final — disse o ministro.
FONTE: EXTRA
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