Depois de 74 anos do decreto que extinguia o jogo no país, Ministro da Economia defende a legalização dos estabelecimentos
Passados quase 74 anos depois da publicação do decreto que extinguiu o jogo em todo o território nacional, e depois de muitas voltas na roda da fortuna, as portas dos cassinos nunca estiveram tão perto de ser reabertas no país, escancaradas por um movimento liderado por empresários do jogo, parlamentares e integrantes da cúpula do Executivo. Até o ministro da Economia, Paulo Guedes, já manifestou a pessoas próximas ser favorável à reabertura desse tipo de estabelecimento em resorts: ele tem dito que o Brasil tem todas as condições de abrigar os empreendimentos, impulsionando assim o turismo de luxo.
A posição também é publicamente defendida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e tem apoio do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e do presidente da Embratur, Gilson Machado — nome em alta no clã Bolsonaro e que lançou um plano mirabolante para alavancar o turismo no país, que apela a Sharon Stone e a aventuras de Mickey e Minnie pelo Brasil. A pressão também alcançou o presidente Jair Bolsonaro. Um assessor direto do presidente afirmou que ele tem, agora, uma visão favorável à regularização dos cassinos.
A suposta posição de Bolsonaro ganhou força depois da ida do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) para Las Vegas e Miami, no mês passado. Flávio reuniu-se com representantes do setor, como o fundador do grupo Las Vegas Sands, Sheldon Adelson, que já manifestou publicamente o interesse em abrir cassinos integrados a resorts no Brasil. Também integraram Gilson Machado, da Embratur, o senador Irajá Abreu (PSD-TO) e o deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ), além do lutador de MMA Vitor Belfort, embaixador do turismo do Brasil.
“Que alegria poder saber que em nosso corpo diplomático tem pessoas tão incríveis, competentes e de mente aberta. Um grande prazer discutir o futuro do Brasil com nosso cônsul-geral em Miami, embaixador João Mendes Pereira. Estamos juntos trabalhando para um novo Brasil!”, postou Belfort em seu perfil no Instagram, em 21 de janeiro. A avaliação do grupo que viajou é a de que, se o país for capaz de montar um projeto “conservador”, e que feche as portas à lavagem de dinheiro, uma das principais críticas à legalização dos jogos, a opinião pública pode abraçar a ideia.
FONTE: ÉPOCA
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