Das 45 milhões de pessoas com deficiência que vivem no Brasil, apenas 8.366 estão à frente das salas de aulas no país.
Dados do Censo Escolar e do Censo da Educação Superior, elaborados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apontam que 6.711 professores do ensino básico e 1.655 professores do ensino superior têm algum tipo de deficiência.
Para se ter uma ideia da proporção: o Brasil tem um total de 2.610.897 professores, destes: 2.226.423 dão aula para ensino básico (fundamental e médio) e 384.474 para o ensino superior. Os professores com algum tipo de deficiência representam a 0,30% do total de professores do ensino médio e fundamental e 0,43% do total de professores do ensino superior, de acordo com os dados de 2018.
No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 22% da população (45 milhões) têm algum tipo de deficiência.
Por trás dos números está a realidade de professoras como Lara Souto, que tem baixa visão, dá aulas de inglês na rede pública de São Paulo, e de Michelle Murta, que perdeu a audição, leciona na UFMG (leia mais abaixo).
Apesar do país ter tido alguns avanços na questão da inclusão de pessoas com deficiência no ensino, os números apresentados nos censos mostram que ainda uma séria exclusão na educação. Quem faz essa avaliação é o coordenador de formação do Instituto Rodrigo Mendes, Luiz Conceição, que também é mestre em Psicologia.
“O número de vagas no ensino superior e no mercado de trabalho ocupadas por esse segmento, apesar de ser ainda proporcionalmente tímido, cresceu de forma muito significativa nos últimos 10 anos”, complementa. Conceição defende que essa exclusões precisam ser eliminadas a partir de políticas públicas inclusivas e constantes.
Esse também é o ponto de vista da professora Elizabeth Reis Teixeira, que Coordena o Núcleo de Apoio à Inclusão do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais da Universidade Federal da Bahia. Ela analisa que o baixo número de docentes com deficiência no ensino superior é reflexo de um problema que vem da base e que se traduz na dificuldade de acesso e de permanência das pessoas com deficiência na universidade.
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