Brasil

Ônibus circulam em São Paulo após liminar e três dias de protestos

Os passageiros de ônibus de São Paulo ainda enfrentaram problemas nesta quinta-feira (21), terceiro dia de paralisação de motoristas e cobradores na capital paulista insatisfeitos com propostas patronais aprovadas pelo Sindicato dos Motoristas com as empresas de ônibus na segunda (18).

Às 12h, todas as viações operavam, e apenas a empresa Santa Brígida ainda não tinha toda a frota na rua – 320 ônibus da frota de 748 estavam operando.

Na Grande São Paulo, porém, a situação ainda permanecia complicada em Osasco, Barueri, Carapicuíba, Jandira, Itapevi, Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Cajamar, Embú-Guaçu, Taboão da Serra, Cotia e Vargem Grande.

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) obteve na noite de quarta-feira uma liminar na Justiça do Trabalho. Ela determina que 75% do total das linhas de ônibus sigam em atividade, sob pena de multa a ser definida .

Mas essa não era a situação pela manhã. As viações Gato Preto e Santa Brígida não funcionaram no início do dia, apesar de um acordo firmado entre manifestantes, o Sindicato dos Motoristas e as empresas na quarta-feira (20).

A Gato Preto, no entanto, retomou as atividades antes das 7h. Já a Santa Brígida permaneceu parada. A Prefeitura chegou a acionar o plano de emergência Paese, para tenta suprir a falta de circulação de ônibus nas zonas Norte e Oeste, atendidas pela viação.

Expectativa de reunião
Alguns dos manifestantes que estavam na frente da principal garagem da empresa, na Vila Jaguara, na Zona Oeste, alegaram aoG1 que eles continuavam parados porque o prefeito Fernando Haddad (PT) teria afirmado em entrevista que não faria reunião com os manifestantes.

Após o encontro de quarta, o superintendente do Trabalho em São Paulo, Luiz Antonio de Medeiros, afirmou que levaria as propostas ao prefeito nesta quinta para que ele intercedesse e conversasse com as empresas. Haddad, porém, não incluiu a reunião em sua agenda, frustrando os manifestantes.

Nesta quinta, ele afirmou pela manhã que espera decisão da Justiça do Trabalho sobre a paralisação. A reunião entre empresa, sindicato e manifestantes está marcada para a tarde desta quinta.

Fim da paralisação na capital
Parte dos trabalhadores só começou a sair por volta das 10h10. O gerente de operações da empresa, Danilo Alves, conversou com motoristas e cobradores e informou que a viação era a única que continuava parada nesta quinta (22) e poderia ser multada. Alves convenceu os grevistas a permitir que os funcionários que querem trabalhar deixassem a garagem. Muitos funcionários, porém, permaneceram parados, esperando concluir sua jornada diária. A expectativa da empresa era que a maior parte da frota voltasse a operar ainda nesta quinta.

Assembleia: percentual e data
Em assembleia realizada na sede do sindicato na segunda-feira (19), a categoria aceitou as propostas das empresas. A proposta determina 10% de reajuste salarial, tíquete mensal de R$ 445,50 e participação nos lucros e produtividade de R$ 850, entre outros benefícios.

No dia seguinte, motoristas dissidentes cruzaram os braços no Centro. Eles alegaram que não concordam com o valor e disseram que houve manobra para antecipar a data da assembleia para aprovar o acordo. O sindicato nega e diz que todo o trâmite foi feito de forma transparente.

Fonte:g1

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