Quinze vezes na história da Copa do Brasil um semifinalista venceu o outro por um placar com dois gols de frente. Jamais a equipe que saiu vitoriosa deixou tamanha vantagem escapar. É com a missão de manter esse tabu de pé que o Flamengo entra em campo, hoje, contra o Atlético-MG, às 22h.
O jogo do Mineirão decide um dos finalistas do torneio deste ano — Cruzeiro e Santos disputam a outra vaga no mesmo horário, na Vila Belmiro. E o rubro-negro, mesmo com um time inferior, desponta como favorito graças ao resultado da semana passada. Os gols de Cáceres e Chicão definiram os 2 x 0 que fizeram o time viajar com certa tranquilidade para Belo Horizonte.
O tabu persiste há 25 edições da Copa do Brasil. O técnico Vanderlei Luxemburgo o viveu de perto em 1996 e 2001, quando viu Palmeiras e Corinthians, respectivamente, garantirem vaga na final depois de abrirem essa vantagem no primeiro duelo da semifinal. Nos 15 confrontos “decididos” depois do primeiro jogo, só o Sport passou sufoco, em 2008, ao precisar da cobrança de pênaltis para despachar o Vasco.
Apesar dos números favoráveis, a calmaria na Gávea não é completa por causa dos problemas físicos de três titulares importantes. O capitão da equipe, Leonardo Moura, é ausência certa. O lateral-direito de 36 anos sentiu dores na coxa esquerda ao desperdiçar um pênalti no jogo contra a Chapecoense. Deixou o campo aos 25 minutos do primeiro tempo. “Ele já não é um menino. É um jogador de piques e precisa de, pelo menos, uma semana de repouso para poder se recuperar”, explicou Antonio Mello, preparador físico do rubro-negro.
No lugar de Leonardo Moura entra Léo, que passou boa parte do ano no departamento médico — em todo o segundo semestre, só jogou como titular na derrota por 2 x 1 para o Botafogo, na Arena da Amazônia, em Manaus.
Em compensação, ainda resta a Luxemburgo a esperança de poder contar com Gabriel ou Everton para a partida. Na manhã de ontem, os dois participaram de parte do treinamento fechado para a imprensa. Em seguida, viajaram com os colegas para Belo Horizonte, mas só devem ter a presença definida hoje.
Do lado do Galo…
Quinze vezes na história da Copa do Brasil um semifinalista venceu o outro por um placar com dois gols de frente. Jamais a equipe que saiu vitoriosa deixou tamanha vantagem escapar. Mas o time a largar atrás nunca foi o Atlético-MG, que enfrenta o Flamengo, hoje, às 22h, para tentar manter sua sequência de viradas heroicas às custas do tabu da competição.
A derrota por 2 x 0 no jogo de ida desanimou parte da torcida do Galo, o que causou uma diminuição na procura por ingressos para o jogo do Mineirão. Até a tarde de ontem, 30 mil bilhetes haviam sido comercializados — apenas 8 mil deles depois do tropeço no Maracanã, na quarta-feira da semana passada.
Ainda assim, a expectativa da diretoria do Galo é de mais de 50 mil pagantes, a maior parte deles entoando o “Eu acredito”, verso que embalou os momentos mais difíceis durante a conquista da Copa Libertadores do ano passado.
A vitória necessária na noite de hoje encontra similares na história alvinegra. Principalmente em momentos recentes de glória. Na Libertadores do ano passado, o Atlético-MG levou 2 x 0 no primeiro jogo da semifinal (contra o argentino Newell’s Old Boys) e no da decisão (diante do paraguaio Olimpia). Conseguiu levar ambos para os pênaltis e vencer graças às defesas de Victor.
Neste ano, os comandados de Levir Culpi deram um aperitivo de que podem resgatar as grandes vitórias do time de Cuca. Há três semanas, o Galo conseguiu virar um jogo ainda mais inacreditável. O time sofreu 2 x 0 no Itaquerão e, na partida de volta, no Mineirão, levou um gol de Guerrero logo aos cinco minutos. Precisaria marcar quatro vezes para avançar e assim o fez, empurrado pelos gols de Luan, Guilherme (dois) e Edcarlos.
Levir Culpi faz mistério quanto à escalação e ao esquema tático. O volante Leandro Donizete, recuperado de lesão na coxa, deve voltar ao time titular no lugar de Josué. E o zagueiro Leonardo Silva vai reforçar a defesa, após desfalcar os mineiros no jogo de ida.
Se só interessa ao Galo vencer por 2 x 0 ou por mais de dois gols de diferença, a equipe pode se apegar ao histórico do adversário, que sofreu derrotas assim em sete dos 62 jogos desta temporada. Uma vez a cada nove partidas, portanto — mas em nenhuma das últimas 20 vezes que entrou em campo.
Fonte: Super Esporte
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