O Criatório Gir e Guzerá Villefort, de Minas Gerais, selecionou seu plantel para iniciar a produção de leite A2A2 e derivados. É o primeiro no Brasil a realizar, em grande escala, o mapeamento genético da proteína beta-caseína A2, optando por manter em seu rebanho exclusivamente animais para este tipo de proteína.
Virgílio Villefort, proprietário do criatório, afirma que já foram analisadas mais de 8 mil cabeças de gado Puro de Origem (PO) das raças Gir Leiteiro, Guzerá, ambas de origem indiana, incluindo animais das raças Girolando e Guzolando. “Em alguns países como Austrália e Nova Zelândia, empresas já investem fortemente nesse mercado de leite A2A2, e já são exportadores do produto. Seu consumo também é observado na Inglaterra, Estados Unidos e Oceania”, explica.
Em seu criatório já são produzidos 2.800 litros/dia de leite A2A2 e a expectativa é que chegue a 8.000 litros/dia até 2019. “No meu entendimento, num futuro próximo, as fazendas de laticínios que se dedicarem à produção de leite A2A2 deverão trabalhar para que sejam certificados e auditados por algum órgão oficial para dar credibilidade a este produto especial”, acredita Villefort.
MAPEAMENTO GENÉTICO
A genotipagem de beta-caseína é um teste laboratorial que determina, com alta precisão, os alelos da beta-caseína A1 e A2 – proteínas encontradas no leite de vaca. De acordo com a bióloga Cássia Pimenta, do laboratório Gene Genealógica, que conduziu os testes, algumas pesquisas afirmam que, no passado, todos os bovinos produziam leite que apresentava apenas a proteína A2, mas por volta de 5 a 10 mil anos atrás, uma mutação genética ocorreu nas vacas do norte da Europa e a proteína A1 começou a aparecer no leite.
A bióloga explica ainda que hoje os bovinos podem apresentar três tipos de genótipos: o A1A1, o A1A2 e o A2A2. As vacas com genótipo A1A1 produzirão apenas leite com beta-caseína A1, enquanto vacas com genótipo A1A2 determina o leite com os dois tipos de proteína. Já os animais com genótipo A2A2 produzirão leite somente com beta-caseína A2. Os touros reprodutores também possuem essas variações de genótipo, que são transferidos para os seus descendentes. Com o mapeamento, o criatório pode selecionar e priorizar a reprodução apenas desses animais, garantindo descendências sem variação.
O mapeamento realizado também tem como objetivo selecionar reprodutores e doadoras com genótipos A2A2 para abastecer o mercado nacional, promovendo em outros criatórios brasileiros o melhoramento genético da qualidade do leite e consequentemente a valorização dos rebanhos.
DIFERENÇA ENTRE O LEITE A1A1 E A2A2
Em pesquisas preliminares, as proteínas do leite A1 e A2 mostraram ter um comportamento distinto durante o processo de digestão nos seres humanos. O médico e pesquisador da Universidade de Montes Claros, João Felício, explica que há estudos que associam o uso do leite A2A2 a menos processos de intolerância e alergia ao leite da vaca, entretanto, ainda há a necessidade de estudos conclusivos.
O médico alerta que a alergia à proteína do leite de vaca não deve ser confundida com a intolerância a Lactose, porque são quadros bem diferentes.
Há mais de 5 anos, o criador Virgílio Villefort vem realizando testes com o leite A2A2 e derivados com centenas de pessoas. Voluntários, inclusive crianças, que sofrem da alergia a proteína do leite consumiram os produtos e relataram não apresentar os sintomas alérgicos.
OPORTUNIDADE DE MERCADO
1º LEILÃO COM OFERTA EXCLUSIVA DE REPRODUTORES A2A2.
O criatório Gir Leiteiro Villefort já foi o primeiro do mundo a realizar um leilão 100% de fêmeas A2A2 e agora também será o primeiro a conduzir um remate de reprodutores Gir Leiteiro A2A2. O evento ocorre no dia 17 de dezembro (domingo), às 10 horas (horário de Brasília), no Programa do Leite, no Canal Rural.
FONTE: ASSESSORIA
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