A comercialização da safra de café do Brasil 2017/18 (julho/junho) atingiu 85 por cento da produção total projetada, alta de sete pontos percentuais na comparação com o mês anterior, com alguns produtores participando mais devido à necessidade fazer caixa para custear os gastos da colheita que se aproxima, avaliou nesta quinta-feira a consultoria Safras & Mercado.
As vendas estão no mesmo ritmo do ano passado para a temporada anterior, segundo a Safras. No entanto, a comercialização está à frente da média dos últimos cinco anos, que é de 81 por cento para esta época, destacou a consultoria.
“A necessidade de caixa ou mesmo a decepção com o mercado ajudou a acelerar as vendas. A sinalização de uma safra recorde no país em 2018 é outro fator que contribuiu para a maior presença de produtores no mercado”, disse o consultor de Safras para café, Gil Barabach, em nota.
A proximidade da safra nova, com conilon novo já aparecendo em Rondônia em março, acabou influenciando a decisão de venda, ressaltou a Safras.
Barabach indicou que isso fica mais urgente diante de um cenário de recuperação produtiva e queda no preço, depois de anos de quebra na safra e cotação em alta.
Segundo a consultoria, os produtores já venderam 43,13 milhões de sacas de 60 quilos da temporada anterior, considerando a estimativa de produção total.
Mas ele destacou que, em geral, o fluxo de venda segue cadenciado.
“Os produtores aproveitam ligeiros repiques de alta do mercado, mesmo que rápidos e pouco intensos, para fechar posição e se proteger de um cenário pouco otimista para os preços”, comentou.
No caso do arábica, o produtor vendeu 84 por cento da safra.
O produtor de arábica acelerou as vendas, especialmente das bebidas mais fracas, optando por segurar um pouco mais os cafés melhores, acreditando em uma eventual puxada nos preços, disse o analista.
Já a comercialização de conilon alcança 91 por cento da safra.
FONTE: REUTERS
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