Esporte

Vencer a Copa América é uma obrigação do Brasil

O torneio sul-americano disputado no Brasil tem como pano de fundo o resgate do torcedor. Tite sabe que não haverá desculpas se perder

Foram as seleções sul-americanas que deram toda a moral para Tite na Seleção. Ele assumiu com o time comandado por Dunga capengando nas Eliminatórias. A equipe estava em sexto lugar entre os dez que disputavam vagas para a Rússia.

Havia no ar o medo de, pela primeira vez, o Brasil ficar de fora de uma Copa do Mundo.

Mas, depois de uma campanha irrepreensível, Tite transformou a tensão em empolgação.

O Brasil partiu para o Mundial como o ‘vencedor precoce’, imagem marcada pela campanha nas propagandas e nas Eliminatórias.

Veio o vexame na Rússia.

Mas nada melhor do que ter de novo ‘os hermanos’ sul-americanos.

E os convidados, sem competitividade: Japão e Qatar.

Na disputa de uma Copa América, torneio que o Brasil não vence há 12 anos.

E atuando dentro do território nacional.

Algo que não acontece desde a vitória fácil sobre os chilenos, na arena palmeirense, em outubro de 2017.

Desde então, a árabe ISE e a britânica Pitch exercem seus poderes de donas dos amistosos da Seleção. E, por dinheiro, fazem o Brasil atuar pelo mundo, bem longe dos torcedores daqui. Não levam nem em consideração os países que Tite pretende enfrentar.

O que distancia a imagem do time formado por jogadores que atuam no Exterior. E controlado pela CBF, de Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo del Nero, Coronel Nunes e Rogério Caboclo.

Para tentar amenizar a rejeição, uma medida básica.

A Seleção Brasileira não deverá ficar sediada longe de todos na granja Comary.

Os planos são que o time viaje pelo país que esqueceu.

Comece sua caminhada, que tem tudo para ser muito fácil, em São Paulo, abrindo o torneio, no Morumbi. Depois passeará por Salvador. Voltará para os paulistas, no Itaquerão.

O destino simplório do torneio sul-americano a levará para Porto Alegre, Belo Horizonte.

E todos esperam, até mesmo os adversários, para a final no Rio de Janeiro, no reencontro com o Maracanã.

A última partida que o time principal fez no principal estádio de futebol do país, no seu melhor e mais digno palco, foi no dia 30 de junho de 2013.

Em um jogo dos mais ilusórios.

A vitória por 3 a 0 contra a Espanha, na Copa das Confederações.

Se o Brasil chegar à decisão da Copa América, terminará com seis anos sem pisar no Maracanã.

Hoje, no Rio de Janeiro, a Conmebol e a CBF organizam a festa do sorteio da Copa América.

Tudo muito calculado, para evitar desastres, vexames.

Brasil, Argentina e Uruguai só deverão se encontrar nas semifinais.

Brasileiros e argentinos, se cumprirem seus óbvios caminhos, na decisão.

A Conmebol deverá anunciar o uso do VAR, do árbitro de vídeo em todos os confrontos.

É o mínimo que uma entidade tão milionária quanto complicada deve fazer.

No mais, o torneio servirá para Tite tentar reaproximar a Seleção da população.

Os ingressos dos jogos do Brasil já foram vendidos.

Inclusive os da final, anuncia os organizadores.

Entre R$ 60,00 e R$ 890,00.

Ótimo para torcedores endinheirados.

Bom negócio para indefectíveis cambistas.

E sinal que a CBF até posa.

Mas segue deixando a Seleção longe da população.

Muito distante.

Privilegiando a elite.

Pesquisa séria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em novembro de 2017, apontou.

50% dos trabalhadores brasileiros recebem por mês, em média, 15% menos que o salário mínimo.

Com aumento, o salário mínimo deste país, em 2019, é de R$ 998,00 a cada 30 dias.

Que os endinheirados aplaudam o time de Caboclo.

Tite sabe: tem a obrigação de vencer.

Se quiser chegar ao Qatar em 2022 na Seleção…

FONTE: R7.COM

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Marcio Martins

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