Insônia leva à busca de “medicamentos tarja-preta”, como os benzodiazepínicos, que, a longo prazo, podem causar dependência química
A situação é cada vez mais comum. Uma pessoa tem dificuldade para dormir, vai a um médico, recebe a receita de um remédio e depois não consegue mais dormir sem ele.
Quando a caixa termina, começa uma peregrinação aos consultórios para conseguir mais receitas e continuar comprando o chamado tarja-preta.
Especialistas são unânimes: o uso de remédios para dormir tornou-se uma epidemia.
O cardiologista especialista em medicina do sono, Luciano Drager, da Faculdade de Medicina da USP, destaca que se trata de um problema de saúde pública.
“Isso é um importante problema de saúde pública porque muitos desses pacientes estão conseguindo receitas de remédios controlados ou meramente replicam receitas sem o menor acompanhamento. Então, o que você tem hoje é o uso desregrado, sem acompanhamento”.
A neurologista Andréa Bacelar, presidente da Associação Brasileira do Sono, explica que esta corrida atrás do medicamento tarja-preta para dormir não tem fim.
“Como o paciente gira em vários médicos, em várias especialidades, ele às vezes chega e diz ‘ah doutor, é que eu tomo este remédio e o meu acabou, o senhor poderia me dar mais uma receitinha porque o meu outro médico prescreveu? ’ Então acaba se tornando um ciclo vicioso”, destaca a especialista.
Add Comment