Eleições

Um coronel de barranco e outro de verdade tocam o terror na campanha em Rondônia

Máquina do governo é usada para tentar prejudicar opositores e ajudar governistas

O diretor-geral do DER, Elias Rezende, está agindo de forma muita parecida com a dos antigos coronéis de barranco, como eram chamados os seringalistas que faziam justiça com as próprias mãos, tomando o que queriam, na hora que bem entendiam, e formando currais eleitorais para eleger seus candidatos.
Elias Rezende passou por cima do Judiciário ao mandar que servidores do DER pegassem na rua uma máquina pavimentadora que estava sob a guarda da prefeitura de Porto Velho. Foi a Vale do Anari pedir votos para o candidato do governo e permite que o ex-residente do DER do Machadinho do Oeste, Edson Welten, use a estrutura do departamento para fazer campanha.
Edson Welten, candidato a prefeito, aparece com uma camisa onde consta a marca do DER em seu material de campanha. Uma afronta à Justiça Eleitoral e à inteligência do eleitor. Os antigos coronéis de barranco faziam o papel de juiz, oficial de justiça e polícia.
A máquina que Elias Rezende mandou retirar de Porto Velho está na RO-470, que liga Ouro Preto do Oeste a Vale do Paraíso. Lá, moradores agradecem ao diretor-geral do DER e ao governador Marcos Rocha pelo asfalto. Vale do Paraíso é próximo a Machadinho, onde o ex-residente é candidato.
Elias Rezende aparece em uma propaganda eleitoral feita no Facebook do candidato a prefeito de Vale do Anari, Afonso Freitas, que concorre à reeleição. Na postagem o candidato garante 100% de asfalto. A estrutura do governo Marcos Rocha está “visivelmente” sendo negociada por votos.
O trabalho desenvolvido pelo prefeito Afonso Freitas é reconhecido até pelos adversários, por isso sua campanha acabou sendo prejudicada pelo diretor-geral do DER.
Enquanto Elias Rezende age de forma muita parecida com a de um coronel de barranco, no comando do governo há um coronel de verdade, Marcos Rocha, que diz fazer parte da nova política. Acontece que as atitudes dele se parecem muito com a turma da velha política.
Aparentemente o coronel Marcos Rocha fecha os olhos para os desmandos dos subalternos, principalmente quando, aparentemente, lhe convém. Quando os beneficiados são os candidatos do governo.
Está nítido que a retirada da máquina pavimentadora de Porto Velho é para tentar desequilibrar essas eleições. O problema, para o governador, é que o tiro foi no pé. Se Marcos Rocha ou Elias Rezende forem à zona sul pedir votos para o candidato deles, verão o que a população está achando de tudo isso.

Da Redação Folha

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