BALBÚRDIA – À medida que se aproxima o calendário escolar – fevereiro – a tendência é o problema ficar mais grave com a paralisação dos transportes coletivos na Capital. A empresa procurou a justiça para deixar de explorar os serviços e apresentou documentos aos autos que comprovam que o impasse foi criado pela municipalidade ao conceder as gratuidades sem indicar a fonte que financiaria a generosidade, impondo ao caixa do Consórcio SIM todo o prejuízo. Caberá à justiça agora analisar o pedido feito pela empresa para que o município de Porto Velho recomponha o passivo gerado pelas gratuidades, visto que decisões políticas atabalhoadas provocaram toda esta balbúrdia.
LEVIANDADE – Acusam o consórcio por deixar de recolher os tributos municipais, mas não lembram que este passivo decorre daquele que levou a empresa a contabilizar os prejuízos com as gratuidades, além dos cálculos equivocados do número de passageiros que a municipalidade apresentou no momento em que contratou a empresa. De lá pra cá, apareceram, para concorrer com o consórcio, táxis compartilhados, moto táxi, plataformas de aplicativos de transportes locais e nacionais. É uma leviandade apontar para o SIM a culpa exclusiva por essa esculhambação que virou os transportes coletivos de Porto Velho.
SOLUÇÃO – A hora não é de apontar culpados, é o momento de encontrar uma saída antes que os estudantes que necessitam do serviço também não sejam prejudicados. Amanhã, na segunda vara da Fazenda Pública, haverá mais uma audiência entre as partes que pode dar fim ao impasse. A população não quer saber apenas de quem é a culpa, quer uma solução. E chega de empulhação!
PÓLVORA – As masmorras brasileiras, incluídas aí as de Rondônia, são um barril de pólvora a explodir a qualquer momento. O coronel-governador Marcos Rocha conhece esta realidade com mais propriedade do que todos os governadores que exerceram a chefia do Executivo Estadual, exatamente porque ocupou no governo de Confúcio Moura a pasta que comandava a administração do sistema carcerário. Com o movimento paredista desencadeado pelos agentes penitenciários essas masmorras viram nitroglicerina pura.
NEGOCIAÇÃO – Por decreto o governador interveio na administração dos presídios e determinou que a Polícia Militar passasse a administrá-los como forma de retaliação ao movimento paredista. Em momento de crise como esta não é anormal os governadores agirem como o coronel Marcos Rocha, inclusive como forma de impor sua autoridade. No entanto, a crise exige também dos governantes a sabedoria de recuar no momento adequado para que a crise não tome dimensões catastróficas. E o momento exige de ambas as partes diálogo, mas fica difícil abrir conversa com quem é acostumado a ditar ordens sem ser questionado. A arte de governar está intrinsecamente ligada à capacidade dos governantes de gastar o verbo. Sem lábia o caos impera.
CRÍTICAS – Alguns setores com interesses na administração estadual criticaram com veemência a greve dos agentes penitenciários. Entre as críticas, alegam que o governador assumiu há menos de um mês e não teve tempo hábil para avaliar com mais acuidade os reflexos orçamentários que o aumento à categoria poderiam gerar no tesouro estadual. É uma desculpa plausível, embora, para as categorias que sofrem com os salários aviltados, não passa de pretexto já que a situação dos barnabés é de calamidade salarial.
CRÍTICAS I – A raiz da questão é que na campanha todos os candidatos prometem o que não vão conseguir fazer e quando ganham optam por evasivas. A maioria sequer conhece a realidade financeira do Estado e, os poucos que conhecem, fazem de conta que desconhecem. O que importa é a vitória. Quando assumem não gostam de ser criticados e apelam para desculpas esfarrapadas, mesmo que possam ser verdades. Marcos Rocha fez parte da administração estadual que sucedeu e não pode alegar desconhecimento da realidade estadual. Não adianta criticar a greve, é preciso abrir as negociações nem que seja para reciclar as promessas de aumento salarial para um futuro próximo até que o Estado conclua as negociações das dívidas.
LIDERANÇA – Criticam também o deputado estadual Anderson Pereira – líder reconhecido da categoria. São críticas infundadas já que o parlamentar na campanha se apresentou como representante dos interesses da categoria dos agentes penitenciários. Suas posições na Assembleia Legislativa são mais do que coerentes, razão pela qual conseguiu o segundo mandato. Anderson também é um bom legislador e, mantendo a coerência, pode ir mais longe.
RESERVA – Quem conhece um pouco das atividades de parte do agronegócio sabe que é um setor importante para a balança comercial do país. Contudo, empregam poucas pessoas comparando com outras áreas, embora seja mais rentável do que aquelas. É um setor que exige dos órgãos públicos limites porque tem vocação a predador. Para alívio dos abnegados ambientalistas os órgãos de repressão à depredação ambiental voltaram a atuar com toda força e começam a coibir as invasões nas reservas, em particular indígenas. As gerações futuras agradecerão aos abnegados.
BRUMADINHO – Situações como as que ocorreram em Mariana e, agora, em Brumadinho, ambas no Estado das Minas Gerais, tendem a repetir. Uma repetição ainda mais catastrófica. Após o resultado das urnas com a eleição de políticos com um discurso malandro de ocupação do solo, da terra e dos insumos sem controle, as nossas reservas minerais, vegetais e hídricas correm um grande perigo.
DESPUDORADOS – As catástrofes mineiras podem servir de alerta à população em geral e aos órgãos de controle em particular, para que sejam contidos esses discursos. Há ainda os mais afoitos que em privado defendem sem pudor a dizimação das comunidades indígenas, não falam ainda publicamente por razões econômicas. O agronegócio visa o lucro e nada mais. Ninguém é contra o desenvolvimento, mas não pode ser às custas de nossas riquezas naturais. Alguém lembra de uma cachoeira da capital que sucumbiu ao progresso?
VOOS – Cada dia fica mais complicado viajar de Rondônia para outros estados, seja pelos preços extorsivos das passagens, seja pela escassez de voos. Neste início de ano vários voos foram retirados do estado, especialmente os diurnos. Voltamos há trinta anos atrás que só haviam poucos voos – desestimula a concorrência e encarece as passagens – e todos de madrugada. Nossa bancada federal – principal usuário dos voos semanalmente – não abre o bico e não reclama. Resta ao cidadão comum reclamar ao bispo, este, anda muito ocupado, orando para que nossos representantes sejam melhores. Não tem salvação!
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