Com a gasolina cada vez mais cara, a saída é usar titica de galinha para encher o tanque. A tecnologia para transformar dejetos em combustível já existe no Brasil e foi usada em um ônibus pela primeira vez este ano, em Foz do Iguaçu (PR). Agora, o veículo abastecido apenas com biometano seguirá para os estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro para demonstrar a aplicação da novidade tanto em rotas urbanas, quanto em fretamento e transporte intermunicipal.
A iniciativa é fruto de parceria entre a fabricante sueca Scania, o Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás (CIBiogás-ER), a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) e a Granja Haacke, de Santa Helena (PR), responsável pelo fornecimento do biometano.
Engenheiro eletricista da CIBiogás, João Zank explica que o combustível é composto por mais de 96,5% de metano, produzido a partir de fezes de galinha e dejetos de gado confinado. “Com 84 mil aves e 750 bovinos de corte conseguimos produzir até 960 metros cúbicos por dia”, explica.
O biometano é um tipo de gás, como o Gás Natural Veicular (GNV). Segundo Zank, para que o combustível possa ser usado, basta que o veículo tenha as mesmas adaptações do GNV. Atualmente, um carro de passeio tem cilindros de, em média, dez metros cúbicos de gás. Ou seja, só essa produção da Granja Haacke abasteceria 96 carros por dia. Para o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Júnior, o custo do biometano por quilometragem é 56% menor ante um veículo similar a diesel, que tem o mesmo desempenho.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) está com uma consulta pública em andamento para regulamentar o uso da titica de galinha como combustível. Mas, para o engenheiro João Zank, ainda falta escala para que o biometano chegue ao mercado. “É preciso haver difusão da tecnologia”, afirma.
Fonte: O DIA
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