A Argentina e a França decidiram, neste domingo, a Copa do Mundo do Catar no Estádio Lusail. E, para alegria de quem assistiu, proporcionaram um jogo épico, um dos grandes jogos que deixarão saudades de uma copa que foi muito disputada e com as equipes muito equiparadas, sem dúvida, graças a internacionalização do futebol. O que vimos, no primeiro tempo, foi o time argentino entrar em campo com a disposição de quem entrou para ganhar, uma garra de final de Libertadores. Aliás, sob um verdadeiro clima de Bombonera com a torcida gritando como se já houvesse ganho. E tudo pareceu confirmar a confiança dela, de vez que a Argentina tomou as rédeas da partida e, aos 21 minutos, numa jogada individual, Di Maria foi derrubado por Dembelé. Pênalti, que, Messi, implacável, transformou no primeiro gol do jogo. A França não conseguia, apesar de tentar, equilibrar o jogo. Os passes não davam certo. Não chutou uma vez sequer ao gol. Mas, tentava. E, numa das tentativas, aos 35 minutos, Messi, com um passe magistral, iniciou um contra-ataque perfeito, que foi parar nos pés de Di Maria para selar o segundo gol da Argentina. E com 2×0 o jogo foi para a segunda fase. O tempo passava da sua metade, no segundo tempo, no mesmo diapasão, de forma que se esperava apenas que o tempo passasse para os argentinos levantassem a taça quando, seu Inesperado de Almeida, incorporou-se por meio de Kolo Muani, que também foi derrubado na área por Otamendi. O tango, de uma hora para a outra, perdeu a harmonia porque Mbappé, frio e mais infalível do que Bruce Lee, balançou as redes e incendiou o time francês. E o drama argentino se configurou, de vez, dois minutos depois, quando Coman tomou a bola de Messi e iniciou a jogada em que Mbappé, depois de tabelar, fez seu segundo gol. O tango parecia morrer com o inesperado 2×2. E assim tudo continuou até o encerramento da segunda fase. E, pasmem, eram os franceses que, agora, faziam festa. E, confesso, nesta altura, xingava o técnico Lionel Scaloni. A razão foi porque visivelmente o time argentino estava mais cansado e, ao contrário, do técnico francês, alterou muito pouco (e tarde) o time. Ainda assim, no primeiro tempo da prorrogação, qualquer um poderia ter tido um lance de sorte e matado a partida. Não aconteceu. Foi acontecer aos 3 minutos do segundo tempo da prorrogação depois que Messi tocou para Enzo Fernández e, este, tocou com açúcar para Lautaro Martinez rebater, uma defesa espetacular, mas, infelizmente, nos pés de Messi: gol!! O tango, no entanto, é uma música sofrida, trágica. E a tragedia voltou a aparecer, aos 10 minutos, quando a bola bateu no braço aberto de Montiel: pênalti. E Mbappé deu números definitivos à partida: 3×3. Veio a roleta russa dos pênaltis. Bateram primeiro, sem perdão, Mbappé e Messi. Coman e Tchouaméni perderam. O que não aconteceu com Dybala, Paredes e Montiel. Acabou a disputa e o tango soou triunfal. Trágico e vitorioso. Uma vitória suada e merecida, que faz justiça ao time argentino. Soube superar as dificuldades e teve, como era de se esperar, em Messi seu maestro. Sem esquecer que Di Maria foi decisivo. Salve a Argentina, a grande campeã da Copa do Mundo do Catar.
Fonte: Um Estranho no Ninho (https://spersivo.blogspot.com/).
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