No ano passado, semente não-transgênica ocupou 17,3% da área de cultivo e, neste ano, não deve passar de 12%. Custo de produção é mais alto, mas valor de venda também.
A soja transgênica domina a produção brasileira, mas ainda existem compradores que preferem a convencional. O principal destino dela é a exportação para a Europa e a Ásia. Esse nicho de mercado, porém, vem diminuindo ano a ano.
Na safra passada, o grão convencional ocupou 17,3% da área total de cultivo e, neste ano, deve ficar entre 10% e 12%, segundo estimativa do Instituto Soja Livre.
“Estou falando de 10% a 12% de um total de 9,5 milhões de hectares”, pondera Eduardo Vaz, analista do instituto. Ele fez a projeção com base nos volumes de comercialização de sementes.
A redução pode ser explicada pelo fator custo/benefício: quem investe na lavoura convencional gasta R$ 3.975,90 por hectare, 3,8% mais do que quem cultiva a soja transgênica (R$ 3.830,87).
Na fazenda de Adriano Soares, em Diamantino, Mato Grosso, os 700 hectares que foram cultivados com soja convencional no ano passado, vão receber variedades transgênicas nesta safra.
“Hoje a conta não está fechando a favor da soja convencional”, diz o produtor.
“E a gente tem que fixar o prêmio nos contratos antes, para ter a garantia de que vai entregar na colheita e de que vai ter esse valor acrescentado na nossa comercialização”, emenda.
O agricultor Rafael Rodrigues também desistiu de semear os 500 hectares que havia reservado para a soja convencional porque ainda tem 25 mil sacas da última colheita guardadas.
Já o produtor Argino Bedin ainda aposta na semente convencional. Ele consegue 15% a mais por ela do que pela transgênica. Mas a lavoura exige alguns cuidados.
“Ela (soja convencional) não tem resistência a lagarta, a nada. Você tem monitorar, fazer aplicações, esses cuidados todos. Então tem que ter um valor agregado maior para poder suportar”, afirma.
Argino já vendeu 70% da safra em contrato antecipado para uma indústria e vai receber um valor a mais a cada saca.
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