Mudança no manejo aumenta a produtividade da espécie
Automatizar a distribuição de ração e, depois, a pesagem das tilápias. A ideia, apesar de parecer simples, poderá mudar o panorama da aquicultura, visto que visa atualizar um processo que, hoje, é 100% manual e exige atenção, presença e acompanhamento constante do produtor. O projeto é fruto de um trabalho desenvolvido pela Aquabit, startup nascida em Teresina (PI), que hoje tem sede em Cascavel, oeste do Paraná. A empresa é especializada na gestão da aquicultura e tem procurado oportunidades e investimentos para tirar a ideia do papel.
“Os produtores buscam automação e fiquei muito tempo reunindo informações para oferecer uma solução que, realmente, suprisse uma necessidade do mercado. Em março de 2021, procurei o Sebrae. Durante uma palestra no Biopark, tive acesso aos editais de financiamento da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial). Não tínhamos muito para investir, mas sabíamos que a ideia poderia dar certo”, relata Ailton Rodrigues, CEO da Aquabit.
Ailton apresentou três possíveis soluções: um para automação nas pesagens na despesca para frigoríficos; alimentadores que estejam conectados com outras plataformas para despejar a quantidade indicada de alimentos, e alimentadores por temporizador, onde o produtor poderá definir em quais períodos o alimento deverá ser despejado nos tanques, baseado nas informações preliminares.
“Foram mais de cinco meses de análises entre todos os envolvidos e, ao final, conseguimos o encaminhamento com a unidade Embrapii da Universidade Federal de Campina Grande por meio do edital de aglomeração tecnológica. Hoje, os protótipos estão sendo desenvolvidos e, em breve, poderemos passar para a fase de testes e liberação para venda”, comenta o consultor do Sebrae/PR, Emerson Durso.
O projeto demandou investimentos que superaram R$ 180 mil. Pelo acordo de parceria, o Laboratório de Instrumentação Eletrônica e Controle da UFCG (Laboratório credenciado da Unidade Embrapii CEEI/UFCG) é responsável pela execução técnica do projeto; a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba – PAQTCPB é o interveniente financeiro, e a Embrapii e o Sebrae/PR viabilizam aportes financeiros não reembolsáveis ao projeto.
Segundo o professor associado e pesquisador da UFCG, George Acioli Junior, o projeto tem bastante potencial e, por isso, foi acolhido pela unidade. “O mercado de aquicultura está em expansão e com diversas startups atuando juntamente com grandes empresas. Visualizamos uma grande oportunidade de utilizar a nossa experiência em desenvolvimento de projetos inovadores que contribuíram para o crescimento desse setor”, esclarece.
Neste momento, de acordo com o professor, os protótipos estão em fase inicial de desenvolvimento. É nesta fase que a equipe define a arquitetura da solução a ser desenvolvida e realiza alguns testes em componentes de hardware.
“Sem esse apoio, não faria sentido pensarmos em participar do edital. Passamos por algumas dificuldades durante o ano e investir seria inviável. O Sebrae abriu as portas para nós desde o princípio e quando começamos a analisar a possibilidade de encaminhar os projetos para a parceria com a Embrapii. Prontamente nos encaminharam possibilidades para que a ideia pudesse ser criada e testada”, destaca Ailton.
Com a parceria, os direitos sobre as soluções desenvolvidas são divididos entre a startup idealizadora e a unidade desenvolvedora da Embrapii. Neste caso, a UFCB terá direito de até 50% na propriedade intelectual dos projetos, sem participação nos lucros e na comercialização.
“É uma forma de termos uma nova tecnologia para a nossa startup, agregando valor aos nossos produtos e aumentando o nosso leque de atuação. É uma realização imensurável e estamos animados para verificar os resultados do projeto para poder lançar no mercado”, conclui Ailton.
FONTE: AGROLINK COM INFORMAÇÕES SEBRAE/PR
Add Comment