A Vale informou que os alertas sonoros da mina Córrego do Fundão, em Brumadinho (MG), não foram acionadas após “devido à velocidade” em que ocorreu o rompimento da barragem principal, na última sexta-feira (25), que tinha 11,7 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério de ferro.
“Devido à velocidade com que ocorreu o evento, não foi possível acionar as sirenes relativas à barragem 1”, afirmou empresa de mineração, em comunicado à BBC News Brasil.
Para o professor de Engenharia de Minas da Universidade de São Paulo (USP), Sergio Medici de Eston, esta justificativa é “brincadeira”, pois existe tecnologia para que sirenes de alerta sejam acionadas em qualquer circunstância de emergência, seja qual for a velocidade do evento.
“A sirene não é para tocar só quando a barragem cai. A sirene pode tocar quando a coisa começa a ficar crítica, às vezes semanas antes, para as pessoas ficarem em alerta. É como em um teatro: antes do início da peça, há um primeiro alarme, depois um segundo, até chegar o alarme final”, explica o especialista.
A Vale disse ainda que as sirenes de barragens adjacentes à principal “foram acionadas”. No entanto, todos os moradores de Brumadinhos ouvidos pela BBC garantem que os alertas não tocaram no dia da tragédia.
Os alertas sonoros da mina Córrego do Feijão tocaram apenas na manhã de domingo, dois dias após a tragédia. O aviso indicava o perigo de rompimento de uma barragem adjacente – o que apontava para o bom funcionamento do sistema.
FONTE: Notícia ao Minuto
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