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Semagric abre estrada de acesso a comunidades ilhadas pela cheia do Madeira

Com a cheia do rio Madeira a Estrada do Belmont, único acesso para comunidades dessa região de Porto Velho, ficou alagada e algumas propriedades que não foram cobertas pela água ficaram ilhadas. Para garantir o acesso à cidade, a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Semagric) está trabalhando na abertura de uma via que vai da entrada do Belmont até as Comunidades Missionarias do Jocum. Nessa região, não atingida pelas águas, moram mais de cinquenta famílias. Outras cinquenta, entre famílias de ribeirinhos e indígenas desabrigados, estão alojados na Escola Municipal Maria do Carmo.

Aqui temos crianças que precisam estudar, precisamos ir à cidade comprar alimentos e levar doentes ao médico. Esses dias uma pessoa foi picada de cobra e tivemos que cuidar dela aqui com remédios alternativos. Não tinha como passar pela estrada”, contou a missionária Ester Vensog Hery.

Segundo o coordenador do Setor de Estradas Rurais da Semagric, Dione Barroso, a estrada de aproximadamente três quilômetros, está sendo aberta em uma área da Infraero onde já havia uma via estreita de terra. Há dois dias, doze servidores da secretaria estão trabalhando para alargar a via, raspar a lama e terra fofa, além de jogar e compactar o cascalho. “Essa era uma via alternativa que só dava pra passar com carro trassado. Se não chover esperamos concluir esse serviço até o fim de semana, pois são muitas famílias vivendo naquela região que precisam de nossa ajuda”, explicou.

Além do trabalho para abrir uma via de acesso das famílias à cidade, a Prefeitura de Porto Velho também está dando apoio aos atingidos pela cheia do rio Madeira que estão alojados no local. “Fizemos o cadastro de todas as famílias. Estamos entregando cestas básicas e atendendo em tudo que pudermos ajudar para que essas pessoas que perderam tudo que tinham possam sobreviver até conseguirem reconstruir suas vidas. Também precisamos destacar o apoio que a comunidade de missionários Jocum tem dado ao abrigar essas famílias”, acrescentou Barroso.

Hoje, na Comunidade Missionária Jocum, estão alojadas 40 famílias de agricultores da Agrovila Vila Verde, da região do Médio Madeira. Antes das águas do Madeira invadirem suas casas e lavouras, a maioria dos produtores rurais da comunidade trabalhavam com o plantio de hortaliças. Angélica Oliveira dos Santos, de 57 anos, e as famílias de seus três filhos cultivavam chicória, mastruz e jambu. “Tínhamos contratos com grandes mercados para entregar mais de 8 mil pés de hortaliças por semana e agora tudo está debaixo d´água” desabafa Angélica.

Um pé de chicória que vendíamos por um real tá custando três. E não temos como pagar nossas dívidas. Temos empréstimos e financiamentos. Tudo era pago com o lucro do nosso trabalho”, acrescenta Claudecí Costa, nora de Angélica e também agricultora.

Apesar da dificuldade vivida no momento, quando questionados sobre o futuro, o mesmo desejo é compartilhado por todos. “Futuro? Estou é pensando em plantar minha horta de novo!”, planeja a outra nora de Angélica, Marineide Gomes.

E o desejo delas em reconstruir o negócio da família é tão forte que, entre as poucas coisas que conseguiram salvar do avanço das águas, está uma garrafa pet de dois litros cheia de sementes de chicória. “Até sementes está difícil achar pra comprar. Essa quantidade está custando uns duzentos reais. Por enquanto, elas estão guardadas na geladeira. Quando a água baixar, vamos reconstruir nossas casas e nossas hortas”, vislumbra Angélica, a matriarca de três gerações de ribeirinhos do Madeira.

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Gomes Oliveira

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