Em nota divulgada em seu site oficial nesta quinta-feira (17), a Fifa confirmou o afastamento do então secretário-geral, o francês Jérome Valcke. A própria entidade revelou ter sido informada sobre “uma série de denúncias envolvendo o secretário-geral” e requereu a instalação de uma investigação formal contra Valcke junto ao seu comitê de ética.
Dez veículos de comunicação do mundo, incluindo o jornal brasileiro Estado de S. Paulo, tiveram acesso às denúncias de Benny Alon, dono da empresa JB Marketing, que trabalha com a venda de entradas para os Mundiais da Fifa desde 1990, De acordo com o empresário, Valcke montou um esquema de venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo do Brasil, fechando acordos para ficar com 50% dos lucros da comercialização dos bilhetes, com valores quatro vezes superiores que o preço de tabela. Conforme Alon, em troca a empresa e Valcke dividiriam os lucros.
Alon acusa o cartola de ter embolsado sozinho mais de dois milhões de euros, além de revelar o “sumiço” de 8,3 mil ingressos para os setores nobres dos estádios e das partidas mais procuradas da Copa de 2014, que originalmente seriam comercializados, com sobrepreço, pela JB Marketing. A imprensa publicou trocas de e-mails confidenciais entre Alon e Valcke, que detalham toda a operação. O dirigente francês nega as acusações.
Jérome Valcke chegou à Fifa em 2003 como diretor de Marketing e TV da entidade. No dia 27 de junho de 2007, foi eleito secretário-geral pelo Comitê Executivo da Fifa, substituindo o suíço Urs Linsi. A primeira polêmica envolvendo o nome de Valcke remonta ao ano de 2006, quando ele foi considerado culpado por uma corte de Nova York por ter violado a cláusula de prioridade garantida à Mastercard, antiga parceira e patrocinadora das Copas do Mundo organizadas pela Fifa.
Responsável por formalizar acordos de marketing, Valcke conduziu um novo contrato de patrocínio com a concorrente Visa, o que levou a Mastercard a processar a entidade máxima do futebol. Na ocasião, a Fifa foi multada em 60 milhões de dólares e tirou Valcke da diretoria. No entanto, ele assumiu o segundo cargo mais importante da hierarquia da Fifa no ano seguinte.
Valcke acompanhou de perto os preparativos para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul e de 2014. Em 2012, declarou que o Brasil precisava de um “chute no traseiro” ao manifestar sua preocupação com o atraso das obras para o Mundial. O francês chegou a ser cotado para suceder Joseph Blatter, mas anunciou que deixaria o cargo em fevereiro de 2016, logo após as novas eleições para a presidência.
Fonte: EBC
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