Agronegócio

Safra de soja do Paraná tem sinal de alerta por chuva em excesso

A safra de soja 2018/19 do Paraná, segundo maior produtor nacional da oleaginosa, começa a sentir os efeitos das chuvas em excesso dos últimos dias, disseram integrantes do setor à Reuters, ponderando que, apesar do alerta, ainda é cedo para se falar em perdas.

Nas últimas duas semanas, as precipitações superaram a média para esta época do ano em praticamente todo o Estado, em especial nas porções norte e noroeste, onde os acumulados ficaram até 60 milímetros acima do normal, conforme o Agriculture Weather Dashboard, do Refinitiv Eikon.

Na véspera, quando manteve sua estimativa para a produção de soja do Paraná neste ciclo, o Departamento de Economia Rural relatou que agora há 2 por cento das lavouras em condição “média” —até a semana anterior, 100 por cento era considerada “boa”.

Embora sutil, o dado reflete a chuvarada, que também tem atrasado o plantio no Estado. Até o momento, 59 da área já foi semeada, versus 66 por cento há um ano, segundo o Deral, departamento vinculado à Secretaria de Agricultura do Paraná.

“É o impacto da chuva em excesso dos últimos dias. Nada que não possa ser contornado a partir do momento que o clima voltar para uma situação mais benéfica”, disse o analista Marcelo Garrido, do Deral.

Por enquanto, destacou ele, as condições climáticas ainda são mais favoráveis que as do ano passado, quando uma estiagem entre setembro e outubro assustou os produtores.

O Deral estima uma colheita de 19,6 milhões de toneladas de soja neste ciclo, alta de 3 por cento ante 2017/18.

MAIS ÁGUA

Para as próximas duas semanas, o Agriculture Weather Dashboard aponta mais chuvas acima da média em áreas produtoras de soja do Paraná. O noroeste e o centro-norte, por exemplo, devem observar acumulados na casa dos 100 milímetros.

A previsão acende o alerta quanto à outra etapa importante do cultivo da commodity: o trato cultural.

“Se as chuvas perdurarem por muito tempo, o produtor terá dificuldade de entrar na lavoura para aplicar defensivos, para fazer os tratos culturais. Isso pode levar a alguma perda de produtividade lá na frente por causa do efeito secundário da chuva”, disse o analista técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Maiko Zanaella.

Segundo ele, ainda é cedo para se afirmar em perdas de produtividade por causa das precipitações, uma vez que a maior parta das lavouras está em desenvolvimento vegetativo.

FONTE:  REUTERS

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