Produtividades melhores do que as esperadas levaram a consultoria AgRural a estimar nesta sexta-feira um recorde de produção de soja na safra 2017/18 no Brasil, já em colheita.
Em nova projeção para a temporada, a consultoria apontou uma produção no atual ciclo de 116,2 milhões de toneladas, superando tanto as 114 milhões projetadas em janeiro quanto as 114,1 milhões registradas em 2016/17, quando as condições climáticas foram consideradas “perfeitas”.
A perspectiva de uma safra recorde da AgRural, uma das mais otimistas entre especialistas, contrasta com as preocupações no início do plantio, quando uma forte seca entre setembro e outubro levou o setor a considerar perdas de produtividade. De lá para cá, no entanto, o tempo ajudou.
“O aumento em relação a janeiro deveu-se a ajustes positivos nas produtividades esperadas no Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Rondônia e nos três Estados do Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás)”, comentou a AgRural, em nota.
Uma nova safra recorde no Brasil, o maior exportador da oleaginosa, tem potencial para pressionar os preços internacionais do produto.
A consultoria estima o rendimento das lavouras brasileiras em 55,8 sacas por hectare, ante 54,6 sacas em janeiro e 56,1 sacas em 2016/17.
A produtividade menor neste ano frente o anterior é compensada pela maior área plantada, já que muitos produtores migraram do milho para a oleaginosa em 2017/18 por questões de preços.
Segundo a AgRural, a semeadura ocupa um recorde de 34,7 milhões de hectares, aumento anual de 2,4 por cento.
Dessa área total, 6,4 por cento havia sido colhida até quinta-feira, contra 10,1 por cento há um ano e 6,3 por cento na média de cinco anos.
“Mato Grosso segue puxando o ritmo, com colheita já finalizada em 20,5 por cento de sua área. Os trabalhos, entretanto, perderam um pouco do fôlego devido às chuvas registradas nos últimos dias. Apesar dos grandes volumes… a maioria dos produtores conseguiu manter as máquinas em campo porque as chuvas foram intercaladas por aberturas de sol. Além disso, não há relatos de perdas por excesso de umidade.”
Conforme a AgRural, há colheita também em Rondônia, Goiás, Pará, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
“Para o Rio Grande do Sul e o Matopiba (região composta por Maranhão, Tocantinas, Piauí e Bahia), onde a produtividade se define em fevereiro, a previsão para os próximos 15 dias é de tempo favorável ao enchimento de grãos”, acrescentou a consultoria.
MILHO
A AgRural disse que a colheita do milho 1ª safra, de verão, segue concentrada no Rio Grande do Sul, alcançando no centro-sul do país 6,6 por cento da área semeada, ante 6,2 por cento há um ano e 8,1 por cento na média recente.
Também há registros de atividades de campo em Santa Catarina (4 por cento) e Paraná (0,2 por cento).
Em relação ao milho 2ª safra, de inverno, o plantio atingia 10,6 por cento da área esperada no centro-sul até quinta-feira, aquém dos 13,6 por cento de um ano atrás, mas em linha com a média de cinco anos (10 por cento).
Mato Grosso lidera, com 24,3 por cento, seguido por Goiás (1,2 por cento), Minas Gerais (0,5 por cento) e Paraná e Mato Grosso do Sul (0,4 por cento cada).
FONTE: REUTERS
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