Números foram divulgados nesta sexta-feira (22). Cultura do milho reduziu em cerca de 30% e o feijão, 14%.
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Rio Grande do Sul apresentou nesta sexta-feira (22) os números da safra dos grãos de verão 2019/2020 e os impactos da estiagem nas culturas de grãos do estado.
“A estiagem foi uma estiagem severa, e teve os reflexos. Tivemos uma perda considerável na produção. Só não foi mais significativa, porque temos uma cesta de produtos, que como o próprio nome diz, onde o arroz irrigado deu uma segurada” afirma o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Paulo Rugeri.
Segundo o levantamento, o estado teve uma queda de 45,8% na produção de soja. Com a expectativa de 19,7 milhões de toneladas, a produção foi de 10,6 milhões. A região da metade sul do estado foi a mais afetada.
“Tivemos um cenário bem diferente na região da metade sul. É a mais vulnerável em termos de produção, onde tivemos as maiores perdas”, aponta o diretor.
Na cultura do milho, houve um aumento de 1,5%, em torno de dois mil hectares, mas a produção caiu 30,9%, o que significa 1,8 milhão toneladas a menos do que o estimado.
Nas plantações de arroz, houve uma redução de 1,8% na área com relação à expectativa inicial, mas, na produção houve um aumento de 0,9% comparado ao que se esperava. Foram produzidos pouco mais de 7.581 milhões de toneladas e estava se esperando 7.510. O feijão apresentou uma redução de 14% na produção.
“São em torno de oito milhões de hectares de milho, soja, arroz irrigado. Destes, a soja tem seis milhões. As outras culturas tem uma representação bem menor. Tudo que falar de soja é grande em relação as outras culturas. Por isso a soja teve esse grande impacto em termos de redução de produção. Em função do que representa a soja”, explica Alencar.
Além disso, o diretor da Emater explica que as culturas tem tempos de desenvolvimentos diferentes, e a seca no estado acabou impactando a soja na época de maior fraqueza do grão.
“As culturas tem todo um desenvolvimento uma ação analógica, demora. A soja teve a estiagem que a atingiu em cheio na fase vulnerável. Quando a estiagem começou, o milho já estava quase terminando essa fase vulnerável. A soja teve dois fatores: é a maior área e essa questão que a estiagem pegou no período mais crítico, quando onde foi mais severa era quando estava mais vulnerável.”
Quebra de safra
No panorama geral, a quebra da safra de verão 2019/2020 foi 28,7% a menos do que a safra do período em 2018/2019. Caiu de 31,4 milhões de toneladas para 22,4 milhões de toneladas.
“Agora estão sendo feitas ações emergenciais, como abertura de poços e fontes. Não é nada que interfira no sistema de produção, onde tem que ter planejamento. Tudo que for fazer, são paliativos para minimizar os impactos da estiagem”, diz Alencar.
O diretor aponta que a estiagem possui dois perfis, nos quais os dois afetaram o estado na safra de verão.
“O econômico, que atingiu em cheio a soja e o milho e o perfil de necessidade básica, que é a falta da água para consumo, água para os animais. Se não tiver água amanhã, vou perder animais. Saímos de uma estiagem econômica, para uma estiagem de necessidade básica, que não tinha mais água para animais. Tomara que estejamos falando de um final da estiagem.”
Conforme a Defesa Civil do RS, 395 municípios decretaram situação de emergência em função da estiagem até esta sexta-feira (22).
FONTE: G1.COM
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