Esporte

Roberto Carlos, sobre carreira como técnico: “Seleção é minha maior meta”

Atual treinador do Dehli Dynamos, da Índia, garante respeitar Dunga, mas diz que quando atual comandante sair “é só seu telefone tocar”

Foram mais de 20 anos como jogador. Passagens por grandes clubes como Inter de Milão e o tão comentado galáctico Real Madrid.  Pelo Brasil, o título mundial em 2002. A experiência da época como atleta fez com que Roberto Carlos seguisse seu caminho no futebol e se tornasse técnico. Assumiu o Sivasspor, da Turquia, em 2013, e depois o Akhisar Belediyespor, do mesmo país. Em 2015, assinou com o Delhi Dynamos, da Índia.  O caminho trilhado até agora é um processo até seu objetivo maior: comandar a Seleção. Ele garante respeitar a posição de Dunga, mas diz que, quando o atual comandante sair,  “é só o telefone tocar para ele sair correndo”.

– Seleção brasileira é minha maior meta. Eu já estou pronto para chegar em uma seleção até porque eu tenho uma comissão técnica que já trabalhou na seleção brasileira e nisso tenho projeto de levar ex-jogadores comigo: Ricardo Rocha, Cafu. Essas pessoas que jogaram comigo e conhecem a seleção brasileira para me ajudarem em uma possível conquista. Eu já tenho pensado em tudo isso. Não quero ocupar o lugar do Dunga ainda não, mas quando o Dunga deixar a Seleção é só tocar meu telefone que vou correndo – afirmou Roberto Carlos em entrevista por telefone ao GloboEsporte.com.

Roberto Carlos no comando do Delhi Dynamos (Foto: Site oficial Delhi Dynamos)Roberto Carlos está no comando do Delhi Dynamos (Foto: Site oficial Delhi Dynamos)

Enquanto o convite para realização de sua grande meta não chega, Roberto Carlos busca se aperfeiçoar. Em janeiro, após o término da Superliga Indiana, ele retorna ao Brasil para garantir a licença de treinador. O futuro depois desse prazo ainda está indefinido. Retornar ao Delhi é uma possibilidade, mas uma experiência como treinador em Espanha ou Itália não está descartada.

– Mais para frente. Até junho eu quero trabalhar no Brasil, em um clube do Brasil. São seis meses só. Aí depois já vou estar com a pró-licença (regularização dada pela Uefa para os técnicos que demonstram conhecimento administração, mídia, finanças e leis trabalhistas). Aí penso em ir para Espanha, Itália ou até mesmo continuar aqui. Mas meu contrato aqui é de três anos. Eu estou supertranquilo em relação a isso. O curso mesmo é mais por respeito dos países em relação ao meu trabalho. Não adianta você ter conquistas nos clubes, como foi o caso do Sivas (Sivasspor, da Turquia), que eu coloquei na Liga Europa, ou até mesmo do Akhisar (Belediyespor, da Turquia), que eu coloquei na 11ª posição e estava em último. Eu quero ter o respeito dos clubes quando olharem para mim: “Puxa, Roberto tem o curso do pró-licença e é um bom treinador”. E que os jogadores quando falem de mim falem bem como tem sido até agora. Acho que essa licença na minha carreira é muito importante para um futuro próximo – declarou.

Roberto Carlos técnico Al Arabi Catar (Foto: Reprodução / Instagram)
Brasileiro trabalhou no futebol da Turquia
(Foto: Reprodução / Instagram)

No Brasil, ele revelou ter tido conversas com o São Caetano, que enfrenta um momento difícil. Pela primeira vez em 18 anos, o time está sem uma divisão nacional. A chegada de Roberto Carlos ao clube seria uma espécie de jogada de marketing para fortalecer a equipe, de acordo com o ex-jogador.

– O único clube que eu tenho falado e que tem um projeto superbom em relação a mim é o São Caetano. Até em relação a marketing seria importante. Levaria também um pouco da minha experiência. Mas vamos ver. Vou esperar a data certa da minha pró-licença. Fazer esse curso o mais rápido possível, pegar essa licença e começar a trabalhar no Brasil até julho, agosto.

O planejamento está feito e o presente tem nome. Até dezembro, Roberto Carlos comandará o Delhi. Bom, mas esse comando é um pouco diferente do usual. Por lá, ele divide o papel de técnico com o de atleta. Na partida diante do Goa, comandado por Zico, no começo de outubro, ele entrou por 45 minutos. Três anos após pendurar as chuteiras, o brasileiro estava novamente em campo. Mas ele não pretende fazer disso uma rotina. Garante que só atuará em caso de necessidade do grupo.

– Eu jogo toda a responsabilidade para o assistente (para decidir quando ele entra em campo). Ele que é o responsável. Quando o time precisa que eu jogue eu jogo, mas como aqui são seis vagas para estrangeiros há jogadores jovens e bons. Só em caso de necessidade mesmo que eu entro. A minha comissão técnica é toda brasileira. A gente negocia na hora ali e fica fácil.

Zico Roberto Carlos FC Goa (Foto: Divulgação)
Ex-lateral conversa com Zico, rival no futebol indiano (Foto: Divulgação)

O FUTEBOL NA ÍNDIA

– Está muito legal. As pessoas que pensam que aqui é final de carreira se equivocam. Por mais que sejam quatro meses de campeonato, que agora pode aumentar para oito meses, o nível aqui é muito alto. Não só o nível financeiro, mas a qualidade dos jogadores tanto estrangeiros como indianos a qualidade é muito boa. Eu estou feliz aqui. Sinceramente, estou feliz. Eu vim para cá porque eu tenho que fazer um curso da pró-licença em janeiro. Então, como o campeonato termina dia 22 de dezembro a partir de janeiro eu vou ter tempo para fazer esse curso tão importante na minha carreira como treinador para abrir portas em relação à Europa.

HÁ CARÊNCIA DE CRAQUES NO BRASIL?

– Nós temos bons jogadores, mas o problema é que focamos sempre em cima do Neymar. Mas temos na seleção brasileira hoje Daniel Alves, Marcelo, Danilo, Elias. Bons jogadores. O problema é que Neymar joga no Barcelona, é considerado um dos melhores jogadores do mundo e, na minha opinião, podemos incluir o Marcelo entre os melhores do mundo. A seleção tem bons jogadores. O problema é que as pessoas comparam a minha época com a época de agora. É difícil fazer comparações. Esta seleção está sendo formada ainda. Na minha época nós chegamos prontos e ganhamos logo em seguida Copa América, Copa das Confederações, Copa do Mundo. Então as pessoas às vezes comparam sem necessidade. Essa seleção é muito boa, tem que ter muita paciência. O treinador é novo por mais que já tenha passado antes. Mas é novo e a cobrança na Seleção é muito grande. Na minha opinião, essa seleção em 2018 vai estar pronta para poder ser campeã.

THIAGO SILVA NA SELEÇÃO

– Eu acho que o Thiago Silva é um jogador que vai fazer falta na seleção brasileira. Mesmo tendo bons jogadores como David (Luiz), Miranda, Gil, mas acho que o Thiago Silva é e vai ser sempre um jogador, até pelo que aconteceu na Copa do Mundo com ele, ele melhorou muito. Acho que o Thiago seria. Não é que ele faça falta na Seleção, mas ele é um jogador muito importante para fazer parte do grupo.

Roberto Carlos no comando do Delhi Dynamos com a comissão (Foto: Site oficial Delhi Dynamos)
Roberto também atua como atleta na Índia (Foto: Site oficial Delhi Dynamos)

A BRAÇADEIRA PARA NEYMAR

– Esse negócio de capitão é independente. Não tem tanta importância. Eu sempre acho que o melhor capitão do time é o goleiro, pois vê todo o jogo ou zagueiro. Essa questão de capitania é um pouco estranha porque demos a braçadeira para o Neymar. De repente a cobrança vai toda em cima dele e é muita responsabilidade para ele. Acho que Neymar tem que estar mais tranquilo em relação à responsabilidade dele na seleção brasileira. Ele tem que jogar só o futebol dele como tem feito sempre sem muita responsabilidade. Neymar é um grande jogador, mas se você colocar muita responsabilidade em cima dele fica difícil. Acho que é bom dar a braçadeira para o Marcelo, por exemplo. Ou dar a braçadeira para o Miranda, David Luiz.

MESSI OU CRISTIANO RONALDO?

– Eu sempre gostei do Cristiano. Messi é um fenômeno. Mas, na minha opinião, Cristiano é um jogador diferenciado porque no Real Madrid ele faz tudo pelo clube. No Barcelona, não que o Real não tenha outros – Kroos, Marcelo, mas eu acho que o Cristiano é mais decisivo no Real Madrid do que o Messi no Barcelona em relação a jogadores que jogam ao lado. O Messi joga com Neymar, Suárez, Iniesta, Busquets. Cristiano, na frente, ele começa a brigar, dar passe de gol, fazer gol. É um jogador diferenciado. Sempre gostei do Cristiano. Até o Neymar ser o melhor do mundo, porque o Neymar logo, logo vai ser o número 1 do mundo. Quando me perguntam de Messi e Cristiano eu falo que para mim o Neymar é o melhor. Não só pelos gols, mas pela facilidade que está jogando, pela confiança que ele está tendo. Neymar em um ou dois anos vai estar com essa Bola de Ouro porque ele vai merecer.

PARTICIPAÇÃO NO REAL MADRID GALÁCTICO

– Criou-se uma imagem de um time imbatível e não era bem assim. Criou-se uma imagem de uma arrogância do nosso time que não era necessária. E não era isso que pensávamos no vestiário (que passariam por cima dos adversários).

Fonte: globoesporte

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Gomes Oliveira

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