Clube tinha atacante como 1ª opção antes de fechar com atual titular. Rubro-negro na infância, Pedro tem estátua em Porto Alegre, por gols pelo Grêmio, confeccionada a pedido da família
Primeiro reforço para 2020, Pedro Rocha é um antigo desejo do Flamengo. No ano passado, o clube abriu negociação pelo jogador, que era a primeira opção, antes de Bruno Henrique. Na época, o Rubro-Negro o avaliava como um jogador com mais chances de dar certo do que o atual titular. A ideia era trazer os dois, mas o ex-cruzeirense era a prioridade.
As negociações começaram antes das eleições no Flamengo, ainda na gestão de Eduardo Bandeira. Na ocasião, Pedro Rocha foi mapeado por Sandro Orlandelli, antigo responsável pelo Centro de Inteligência de Mercado do clube. Pedro, hoje com 25 anos, foi avaliado como um jogador de muita explosão, capacidade atlética, boa técnica e jovem. O fato de Bruno Henrique ser mais velho e ter convivido com lesões em 2017 pesava a favor do novo reforço rubro-negro.
Na época, o Flamengo abriu negociações com o Spartak Moscou. Os russos sinalizaram com um empréstimo, mas as conversas não foram adiante devido à pedida salarial do atacante, considerada muito alta. Após a vitória de Rodolfo Landim, com o departamento de futebol sob o comando de Marcos Braz, Abel Braga pediu, e Bruno Henrique foi contrato.
Curiosamente, após uma temporada irregular pelo Cruzeiro, Pedro Rocha desembarca hoje no Flamengo para ser reserva imediato de Bruno Henrique. No entanto, o atual titular é um dos jogadores mais cobiçados do Flamengo no mercado, pelo fato de ter sido artilheiro do Carioca, eleito o melhor jogador do Brasileiro e da Libertadores e Bola de Prata no Mundial de Clubes. O futebol chinês está de olho, e intermediários acreditam em oferta superior a € 20 mi de Euros (quase R$ 90 milhões) por Bruno Henrique.
Maior venda da história do Grêmio, poucos jogos na Rússia e rebaixamento no Cruzeiro
Mas o que levou o Flamengo a apostar em um atacante, que teve uma temporada irregular e foi rebaixado pelo Cruzeiro? Um passado nem tão distante. Assim como Bruno Henrique, quando foi contratado, Pedro conviveu com lesões e não vem de uma boa temporada. Mas já mostrou, em outras ocasiões, ter muito potencial.
Capixaba e rubro-negro na infância, Pedro despontou no Grêmio. Em Porto Alegre viveu seu melhor momento entre 2016 e 2017, quando foi protagonista no título da Copa do Brasil e um dos destaques da primeira parte da Libertadores, antes de ser negociado com o Spartak Moscou por 12 milhões de Euros (cerca de R$ 45 milhões, na época). Everton Cebolinha, mais jovem, era seu reserva com Renato Gaúcho.
Pela passagem em Porto Alegre, Pedro Rocha ganhou uma estátua nas proximidades do Arena do Grêmio. O curioso é que a escultura foi confeccionada a pedido da família do jogador, em homenagem aos dois gols contra o Atlético-MG, na decisão da Copa do Brasil.
Ouvimos quem acompanhou Pedro Rocha no Grêmio, no Spartak e no Cruzeiro, nos bons e maus momentos, para tentar definir suas características e avaliar o que levou o Flamengo a apostar no atacante para 2020.
Sucesso no Grêmio
Diego Guichard, editor do GloboEsporte.com / RS
Ele foi um jogador muito regular no Grêmio. Os números do Pedro em 2015, 2016 e 2017 são muito parecidos. Jogador muito tático, com velocidade e que sabe fazer gols. No início, perdia alguns gols feitos, mas sempre se posicionou muito bem, sempre estava no lugar certo. Ele sempre fez muito aquela jogada conhecida como facão, quando entra em diagonal pelo ataque. Ele também ajuda muito na marcação, recompõe, tem muita vitalidade.
O Pedro foi fundamental na conquista da Copa do Brasil e foi negociado no meio da Libertadores. O Spartak fez uma proposta milionária pelo Luan. Mas o Luan não quis ir, e eles acabaram levando o Pedro Rocha para Rússia. O Everton (Cebolinha) era reserva dele. Só estranhei o mal aproveitamento no Cruzeiro. Por vezes, ele jogou como centroavante, e não acho que seja a melhor posição para ele. O Pedro Rocha não é um camisa 9, é um jogador que chega pelos lados.
Pedro Rocha chegou ao Spartak Moscou, clube mais popular da Rússia, no segundo semestre de 2017. Foi um negócio de 12 milhões de euros na época, com contrato de cinco anos. O Pedro não chegou para ser titular, mas nós, jornalistas brasileiros que vivíamos lá, a imprensa russa e boa parte da torcida esperávamos que ele ganhasse espaço rapidamente. O jogador vivia um bom momento no Brasil. Só que isso não aconteceu. Foram poucos jogos, pouquíssimos minutos em campo. De certa forma, foi uma surpresa. Os atacantes que estavam no clube naquele momento não estavam bem. Mesmo assim, o brasileiro não saiu do fim da fila.
Nas poucas chances que teve, Pedro Rocha não conseguiu repetir o desempenho no Grêmio. Talvez tenha sentido a diferença do estilo de jogo. A força física é o ponto alto do campeonato russo. Lá, o Pedro foi escalado pelos lados e também de centroavante. Não conseguiu se firmar. A falta de oportunidades foi o maior problema. Com mais chances, ele poderia ter rendido o que pode.
Decepção no Cruzeiro
Pedro Rocha foi a principal contratação do Cruzeiro visando o segundo semestre de 2019. Ele começou bem, repetindo atuações dos melhores momentos de Grêmio. Era a velocidade vertical que faltava ao ataque celeste. Entretanto, encarou problemas físicos, lesões e suas atuações declinaram ao mesmo tempo que o time desandava na tabela. De peça-chave do time, virou reserva sem rendimento. Uma passagem curta, cara e com poucos momentos marcantes – o brilho maior foi o golaço contra o Atlético-MG nas quartas de final da Copa do Brasil.
FONTE: GLOBOESPORTE.COM
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