Interessante

Quase metade da população acredita em notícias falsas

Pesquisador da UFMG investigou fake news e descobriu como as vacinas contra elas não funcionam

O ano que se encerra mostrou que as fake news são muito mais perigosas, resistentes e toleradas do que se imaginava. E que as eleições só aguçam seu efeito perverso.

Por causa da repercussão internacional em relação aos casos de notícias falsas nas eleições americanas de 2016, resolvi me debruçar sobre o tema com um time de pesquisadores também interessados no assunto: Natália Bueno, Nara Pavão e Frederico Batista. Estávamos atrás de respostas que pudessem ajudar a sociedade brasileira a lidar com o potencial negativo que imaginávamos que as fake news poderiam ter nas eleições de 2018. Infelizmente, as respostas não foram boas, e o cenário estimado por nossos resultados bem pessimista.

Após realizarmos uma série de estudos sobre o tema, antes, durante e depois das eleições, aprendemos que aproximadamente 46% da população acredita em notícias falsas com conteúdo positivo — notícias mentirosas que valorizam a imagem, as ações ou atributos de algum ator político — e 38% acredita em notícias falsas com conteúdo pejorativo — notícias em que algo preconceituoso, jocoso, discriminatório ou excludente é associado a algum ator político. Estamos tratando aqui de notícias que correm soltas pelo WhatsApp ou pelo Facebook das pessoas. Fake news como: “Papa Francisco afirma que o maior crime de Lula foi ter acabado com a fome no Brasil” ou “Senadora Fátima Bezerra apresentou projeto para colocar Wi-Fi nos presídios federais”. Embora a maioria consiga questionar e duvidar da veracidade dessas notícias, os percentuais encontrados são elevados o suficiente para alterar qualquer resultado eleitoral em um pleito mais competitivo.

Pior do que identificar o alto percentual de gente acreditando em notícias falsas foi constatar que não há muito o que fazer para combater esse mal. No experimento que fizemos em maio de 2018, testamos dois mecanismos de “vacina” contra as fake news.

O primeiro foi a autodefesa. Apresentamos a nossos entrevistados um político desmentindo a notícia falsa que havia sido criada contra ele. Lamentavelmente, nosso estudo mostra que desmentir de nada adianta. Quem acredita que a notícia é falsa continua achando que ela é falsa; e quem acredita que ela é verdadeira continua achando que ela é verdadeira. Esse resultado foi um tiro no pé em todas as famosas teorias que sugerem que a exposição pública, “colocando a cara a tapa”, serviria de alguma coisa. No caso das fake news, não funciona.

FONTE: ÉPOCA

Comentar

About the author

Marcio Martins

Add Comment

Click here to post a comment

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

COMPARTILHE

TV FOLHA AO VIVO – FINAL DA COPINHA 2025 – Corinthians x São Paulo – Sábado 25/01/25 ás 09h

ESPAÇO EMPRESARIAL

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

CONTEÚDO PAGO / PATROCINADO

BAIXE NOSSO APLICATIVO

COLUNISTAS

RESENHA POLITICA

TEIA DIGITAL

ENTREVISTA

RONDÔNIA

AMAZÔNIA / REGIÃO NORTE

RELIGIÃO

PUBLICIDADE

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
pt_BRPortuguese
Powered by TranslatePress