Planos oferecidos por bancos trazem sensação de segurança, mas geram perdas no longo prazo
O governo federal deve apresentar ao Congresso Nacional em 2016 propostas para mudar a Previdência Social, inclusive a definição de uma idade mínima para se aposentar.
A própria presidente Dilma Rousseff declarou que “não é possível que a idade média deaposentadoria no Brasil seja 55 anos”.
Enquanto não há mudanças, os brasileiros que se preocupam com o próprio futuro buscam um complemento para o dinheiro que vão receber do INSS.
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Principal opção do mercado, os planos de previdência privada tiveram uma captação líquida (mais depósitos do que saques) de R$ 39 bilhões no acumulado dos 12 meses de 2015, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
São aqueles produtos que os bancos costumam oferecer aos clientes que vão até as agências fazer um saque ou pagar uma conta. No entanto, especialistas alertam que as taxas de operação dos produtos reduzem a rentabilidade e os clientes podem até ter perda de dinheiro.
O pós-doutorando em macroeconomia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e membro de Cofecon (Conselho Federal de Economia) Luciano D’Agostini afirma que, além da idade mínima, a Previdência Social terá outras mudanças nos próximos anos.
— É possível que as mudanças sejam mais extensas. Que o brasileiro tenha que contribuir por mais tempo, por causa da quantidade de idosos e do aumento da expectativa de vida da população. Com isso, já há o risco de não haver aumento real nas aposentadorias.
Para D’Agostini, a alternativa, que é a previdência privada, tem um custo de operação muito alto. Isso quer dizer que as taxas administrativas, as taxas de carregamento e o IR (Imposto de Renda) reduzem a rentabilidade — confira no quadro abaixo as taxas de administração, de carregamento e a rentabilidade dos planos nos principais bancos do País.
— Nem tudo o que o consumidor paga na previdência privada de fato se acumula para a aposentadoria. Parte vai para a instituição financeira e parte para o Imposto de Renda. No atual momento da economia, esses planos não valem a pena. Se fizer a conta, no longo prazo, o cliente está perdendo muito dinheiro.
O diretor da corretora Easynvest, Amerson Magalhães, explica que o benefício tributário do PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), por exemplo, pode se tornar um problema. Segundo ele, quem tem esse plano pode abater do IR tudo o que foi depositado ao longo do ano, no limite de 12% do rendimento tributável do contribuinte.
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Mas isso só serve e só beneficia os contribuintes que fazem a declaração completa do IR. Quem faz a simplificada, não utiliza esse benefício. Por outro lado, a mordida do Leão no momento do resgate dos valores depositados será sobre todo o montante acumulado. Já no VGBL (Vida Gerador Benefício Livre), o imposto atinge apenas o rendimento.
Fonte: R7
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