Foi a quinta queda trimestral seguida do PIB brasileiro.
Na comparação com o mesmo período de 2015, houve queda de 5,4%.
A recessão brasileira se aprofundou neste início de ano. No primeiro trimestre de 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) teve queda de 0,3% em comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a quinta queda trimestral seguida do PIB brasileiro. Em 2015, a economia brasileira “encolheu” 3,8% – o pior resultado em 25 anos.
Em valores correntes, o PIB atingiu R$ 1,47 trilhão no primeiro trimestre de 2016. Na comparação com o mesmo período de 2015, houve queda de 5,4% no PIB – a oitava contração seguida da economia.
Nos últimos quatro trimestres, a queda acumulada é de 4,7% frente aos quatro trimestres anteriores.
Em valores correntes, o PIB acumulado nos quatro trimestres até março de 2016 somou
R$ 5,94 triilhões, sendo R$ 5,088 trilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 855,1 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Demanda
Pela lado da demanda, os investimentos e o consumo das famílias foram destaque negativo: o primeiro com queda de 2,7%, e o segundo, de 1,7%. As despesas do governo foram as únicas a registrar crescimento, de 1,1% frente aos três meses anteriores.
Consumo das famílias
Na comparação com o primeiro trimestre de 2015, o consumo das famílias sofreu um “tombo” de 6,3%. O indicador, que foi um dos grandes impulsos para o PIB entre 2008 e 2001, completou oito trimestres de queda nessa comparação. No acumulado em quatro trimestres, o recuo vem desde o período de abril a junho do ano passado.
Segundo o IBGE, essa queda é explicada pela deterioração nominal de 2,1% do saldo de operações de crédito do sistema financeiro nacional para as pessoas físicas, do aumento da Selic, que alcançou 14,3% ao ano no primeiro trimestre contra 12,1% ao ano no mesmo período de 2015, e pelo crescimento da inflação em 10% no primeiro trimestre de 2016, em comparação com o primeiro trimestre de 2015.
Produção
De acordo com os dados do IBGE, a indústria teve o pior resultado pela ótica da produção, com queda de 1,2% em relação aos três meses anteriores. A agropecuária recuou 0,3%, enquanto nos serviços a contração foi de 0,2%.
Indústria
Na indústria, a maior queda frente aos três meses anteriores se deu na extrativa mineral, de 1,1%. Já a indústria de transformação recuou 0,3% – no sexto trimestre seguido de contração. Construção recuou 1%, enquanto eletricidade e gás, esgoto e limpeza urbana cresceu 1,9%.
Ante o mesmo período de 2015, a indústria teve contração de 7,3% – a oitava seguida. A indústria de transformação caiu 10,5%, enquanto a extrativa mineral recuou 9,6%.
Sobre a queda de 9,6% da extrativa mineral, na comparação com o primeiro trimestre de 2015, o IBGE explicou que o desempenho “foi influenciado tanto pela queda da extração de minérios ferrosos como da extração de petróleo e gás natural”.
Agropecuária
Depois de mostrar recuperação no último trimestre de 2015, a agropecuária voltou a cair neste começo de ano, com uma contração de 0,3% frente aos três meses anteriores. Ante o primeiro trimestre de 2015, a queda foi mais acentuada, de 3,7%.
No acumulado em quatro trimestres, foi a primeira queda do setor desde 2012, recuando 1%.
Comércio exterior
As vendas do Brasil ao exterior foram o ponto positivo dos dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE. Frente aos três últimos meses de 2015, as exportações brasileiras cresceram 6,5%. Já a importação de bens e serviços – que contam negativamente no PIB – tiveram queda de 5,6%.
Previsões pessimistas
O resultado do PIB dos primeiros meses deste ano mostra que o Brasil está no rumo de mais um ano de recessão. Um relatório divulgado mais cedo pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que a situação econômica do país vai se deteriorar ainda mais este ano, com uma contração de 4,3% no PIB, seguida por uma nova queda, de 1,7%, em 2017.
Já os mercados financeiros preveem uma queda menos acentuada, de 3,81% na economia deste ano – a mesma esperada pelo governo, segundo o relatório de receitas e despesas do orçamento relativo ao segundo bimestre deste ano.
Fonte: G1
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