Prejuízo é superior a R$ 20 milhões; Polícia Federal estima que pelo menos 14 pacientes morreram pela falta dos remédios
A Polícia Federal realizou na manhã desta terça-feira (21) uma operação de combate a fraudes na compra de medicamentos de alto custo. A ação ocorreu em Brasília, São Paulo, Recife (PE), Maceió (AL), Belo Horizonte e Montes Claros (MG).
Devido ao esquema, os medicamentos estiveram em falta nos estoques do Ministério da Saúde. A PF estima que pelo menos 14 pacientes morreram pela ausência desses produtos.
O prejuízo causado pela fraude é superior a R$ 20 milhões, de acordo com a corporação. O cálculo é feito com base nos produtos que foram pagos, mas não entregues, entre 2016 e 2018.
As fraudes eram realizadas na compra dos remédios Aldurazyme (indicado a pacientes com mucopolissacaridose I), Fabrazyme (doença de Fabry), Myozyme (doença de Pompe), Elaprase (síndrome de Hunter ou mucopolissacaridose II) e Soliris/Eculizumabe (Hemoglobinúria Paroxística Noturna – HPN), pela Diretoria de Logística em Saúde do Ministério da Saúde.
O R7 procurou o Ministério da Saúde para falar sobre o assunto, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão nas seis cidades onde ocorreu a operação. Participaram da ação 61 policiais federais.
De acordo com as investigações, há indícios de descumprimento da legislação administrativa, licitatória e sanitária e também de decisões judiciais, “com o aparente intento de favorecer determinadas empresas”.
Os envolvidos podem responder na Justiça pelos crimes de fraude à licitação, estelionato, falsidade ideológica, corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e corrupção ativa.
Pés de Barro
A operação recebeu o nome de “Pés de Barro”, em referência a uma passagem bíblica, segundo a qual promessas não são cumpridas. O trecho trata de uma interpretação de sonho do rei Nabucodonosor II feita pelo profeta Daniel.
FONTE: R7.COM
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