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PF e Receita Federal combatem evasão e lavagem de dinheiro em sete estados

Operação Colossus cumpre dois mandados de prisão preventiva e 37 de busca e apreensão para desmantelar operações criminosas nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste

Polícia Federal (PF) e a Receita Federal (RFB) estão nas ruas de sete estados nesta quinta-feira (22) com a operação Colossus, para combater a evasão, lavagem de dinheiro, e associação criminosa entre os anos de 2017 e 2021, que continuam existindo.

Estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva, 37 de busca e apreensão, sendo 15 de pessoas jurídicas e 22 de pessoas físicas, em sete estados: São PauloMinas GeraisRio de JaneiroSanta CatarinaPernambuco e Paraná.

A Justiça determinou ainda, o bloqueio de bens e valores dos investigados no valor aproximado de mais de R$ 1 bilhão. Os mandados de busca entre as pessoas jurídicas inclui seis em Exchanges, quatro em instituições financeiras autorizadas a operar no mercado de câmbio pelo Banco Central e também três em escritórios de contabilidade.

De acordo com as investigações, que iniciaram a partir de um Relatório de Inteligência Financeira, com comunicações de movimentações bancárias suspeitas envolvendo criptoativos. Ainda segundo a PF, os envolvidos teriam sido divididos em grupos, que seriam os responsáveis por adquirir grandes ativos virtuais no exterior, como em Hong KongSingapura e Estados Unidos, que eram vendidos no Brasil.

Eles teriam remetido para o exterior mais de R$ 18 bilhões, parte dos documentos apresentados para os bancos possui indícios de desvio de finalidade, com a intenção de ocultar a origem do dinheiro, cuja as investigações demonstraram que as Exchanges norte americanas não aceitavam a compra de criptoativos com dinheiro oriundos do Brasil.

Um outro grupo, cuidava da compra dos ativos virtuais dos arbitradores e sua revenda para pessoas físicas e jurídicas, mas com fortes indícios de envolvimento em ilícitos antecedentes. Por último, um grupo formado por empresas fantasmas que adquiriam os criptoativos com objetivo de lavar dinheiro. Neste caso, entre os clientes, constavam pessoas mortas, idosos com mais de 90 anos, beneficiários de programas de assistências, doleiros, contrabandistas e comerciantes de áreas populares em diversas cidades brasileiras, em especial do Brás e da 25 de Março, em São Paulo.

Além disso, segundo a PF, apenas um contador cuidava de 1.300 empresas que ficavam em bairros de comércio popular na capital paulista. Grande parte dessas empresas eram fantasmas e que, durante o período investigado, teria ocorrido a movimentação de cerca de R$ 1 bilhão com arbitrados e Exchanges.

As investigações policiais mostraram que quando a polícia fazia uma operação, as empresas fantasmas investigadas eram fechadas e abertas novas, para continuação das atividades de movimentação de valores. Em quatro anos, os envolvidos movimentaram mais de R$ 61 bilhões por meio do sistema normal de bancos. Ao todo, mais de 40 instituições financeiras movimentaram recursos dos envolvidos. Em alguns casos, as instituições, ao detectarem tais movimentações suspeitas, comunicavam ao COAF e encerravam relacionamento com os clientes investigados. Porém, os investigados ingressaram com ações na Justiça e obtinham decisões judiciais favoráveis, obrigando os bancos a continuarem movimentando recursos dessas empresas.

As investigações indicam que durante os anos de 2017 e 2019, os ativos virtuais preferidos pelos envolvidos, para ocultação de valores ou remessa para o exterior, eram ativos virtuais como o Bitcoin. Mas com a grande volatilidade, a partir de 2020, o Bitcoin foi substituído por outros ativos virtuais parecidos a moedas estrangeiras como o dólar americano, denominados de stablecoins, com variação de valor menor.

A Receita Federal, ao fazer análises fiscais, demonstrava que os investigados prestaram milhares de declarações em consonância com o normativo da RFB. Mas quando essas declarações eram confrontadas com as movimentações bancárias dos envolvidos, foram descobertas discrepâncias em mais de R$ 1 bilhão, isso em um único caso. Os envolvidos vão responder pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro a associação criminosa, dentre outros, cujas penas ultrapassam 30 anos de prisão.

O nome da operação é uma alusão ao computador batizado com o mesmo nome, desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial por criptoanalistas britânicos. O objetivo era decifrar a comunicação codificada, permitindo aos aliados se anteciparem para neutralizar os movimentos inimigos. Da mesma forma, essa operação policial tem como objetivo “levantar o véu do anonimato” que protege a lavagem de dinheiro por meio dos ativos virtuais, fornecendo aos órgãos de controle e regulação, subsídios para se anteciparem às ações ilícitas de lavagem, neutralizando, assim, esse tipo de prática.

FONTE: CNN BRASIL

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