Ele lembra o mal estar com a Seleção de 2014. Começou no último amistoso contra a Sérvia, no Morumbi. E seguiu durante o Mundial dos 7 a 1
No último amistoso, antes da Copa de 2014, Luiz Felipe Scolari e seus comandados sofreram. A Seleção Brasileira foi vaiada no Morumbi por quase uma hora. Os apupos só terminaram depois que Fred marcou o único gol da partida contra a Sérvia, aos 13 minutos do segundo tempo.
O aspecto pscológico foi péssimo.
O elenco que iria desmoronar durante o Mundial no Brasil já dava mostra do que viria pela frente. Felipão seguiu tentando disfarçar o óbvio. Seu time não tinha variação tática. Se comportava no estático 4-2-3-1. O treinador foi enganado pela conquista da traiçoeira Copa das Confederações. Nunca na história uma equipe que venceu a competição que serve de laboratório para o Mundial, conquistou a Copa.
Este foi o time Julio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Neymar e Fred.
Tite sabe muito bem o que aconteceu naquele seis de junho de 2014.
Por isso, o treinador quer uma vitória convincente contra a Áustria, amanhã, em Viena.
Com a negativa dos atletas, principalmente Neymar, de a Comissão Técnica ter um psicólogo, Tite se coloca na posição do analista de toda a equipe. E ele ficou contente com o rendimento, com a recuperação da equipe diante da Croácia. O time foi muito mal no primeiro tempo. No intervalo, além da entrada de Neymar, o treinador acredita que a determinação em sair do desconforto acabou sendo determinante para a vitória por 2 a 0.
Por isso, ele quer a Seleção deixando a melhor impressão possível para a própria Seleção, amanhã. E tendo a certeza de que a estreia no Mundial, daqui 11 dias, será o impulso pela disputa do hexa.
Para que exista a confiança na vitória diante da Suíça, a Áustria tem tudo para ser um excelente sparring. O time do treinador alemão Franco Foda tem mostrado futebol convincente, depois que fracassou nas Eliminatórias. Nos dois últimos amistosos, venceu a Rússia e a Alemanha, atual campeã mundial.
Os austríacos foram escolhidos porque têm a estrutura tática da Suíça, primeiro adversários do Brasil na Copa da Rússia O time marca forte, com extrema intensidade nas intermediárias. Tem ataque muito veloz. Outro destaque é a força física de seus jogadores. A partida tem tudo para ser muito difícil.
É exatamente isso que Tite espera, para que o Brasil chegue em ritmo de competição, em Rostov, dia 17.
Ele vai apostar na postura mais ofensiva que possui. Quer a Seleção tendo calma e objetividade para suplantar a fortíssima marcação austríaca. O treinador tem todas as informações principalmente da vitória sobre a Alemanha. E já passou para os jogadores que as divididas serão para valer.
Todo o cenário será de uma partida valendo três pontos e não um simples amistoso, com direito a inúmeros testes. Ele quer a vitória. Tem a plena consciência de que a cobrança da opinião pública brasileira exigirá um triunfo. E consciente. Não há ilusão de que haverá compreensão em caso de fracasso.
Há quatro anos, Felipão até tentou disfarçar, após a polêmica vitória contra os servios.
“É muito difícil ter o controle da bola, porque eles tem boa qualidade. A Sérvia só não veio para a Copa do Mundo porque perdeu para a Croácia por 1 a 0…Quando vi a equipe da Sérvia e a postura tática, sabia que ia ser muito difícil a vitória.
“A vaia é normal.É normal, não tem problemas para nossos jogadores. Daqueles 67 mil que vieram ao estádio, 65 mil saíram satisfeitos. Temos que agradecer ao torcedor, porque ele foi paciente em determinados momentos, ajudaram a gente a sair com a vitória. Foi um cartão de visitas bom para o jogo da estreia da Copa”, disse, sem saber que a tragédia dos 7 a 1 o esperava.
Este amistoso alertou para a falta de estrutura tática do Brasil em 2014.
Quatro anos depois, tudo parece estar diferente.
Tite está muito mais atualizado do que Scolari jamais esteve em relação a movimentação tática. Ele foi o responsável pelo fim do pessimismo absoluto que dominava o país sob o comando de Dunga, após o vexame do time de Felipão na Copa do Mundo.
Graças a ele, a Seleção tem condições de executar três esquemas variáveis no mesmo jogo. Partindo do seu adorado 4-1-4-1, ele passa para o 4-4-2 ao 4-2-2-2, com enorme movimentação dos atletas.
A imprensa europeia está admirada pelo dinamismo do Brasil.
FONTE: R7.COM
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