Os produtores de leite do Panamá estão investindo na raça brasileira Girolando para melhorar a produção leiteira do país. Por apresentar boa produtividade mesmo em regiões de clima mais quente, como é o caso do Panamá, o Girolando já domina grande parte dos rebanhos panamenhos. O país acaba de sediar o XXIII Congresso Nacional Leiteiro – Produzindo em tempos difíceis, ocorrido nos dias 9 e 10 de agosto, na cidade de David, que contou com palestras técnicas sobre a internacionalização da raça e ferramentas de seleção. “Houve um interesse muito grande dos participantes em relação ao programa de melhoramento genético do Girolando e ao sistema de seleção do Brasil. O Panamá é um mercado com grande potencial e tem importado bastante sêmen de touros Girolando”, esclarece o coordenador Operacional do PMGG (Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando), Marcello Cembranelli.
Durante o XXIII Congresso Nacional Leiteiro, ele ministrou duas palestras. Na primeira delas, o tema abordado foi sobre o contexto do Girolando no Brasil e a internacionalização da raça. Atualmente, o Girolando é a raça leiteira nacional que mais vende sêmen no Brasil e já conta com um rebanho de animais registrados de quase 1,7 milhão. A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando conta com termos de cooperação técnica na área de melhoramento genético com vários países da América Latina. O Panamá em breve assinará o acordo, passando a receber orientação técnica da associação para a seleção do rebanho Girolando.
Cembranelli ministrou uma segunda palestra no evento, desta vez o tema foi o uso do controle leiteiro como ferramenta de seleção do rebanho. Os dados coletados pelo serviço de Controle Leiteiro são utilizados na geração das avaliações genéticas dos animais. Segundo dados da Embrapa Gado de Leite, houve um crescente aumento na produção de leite das vacas Girolando nos últimos anos. Enquanto em 2000, a produção era 3.599 kg em até 305 dias no ano (considerando as três primeiras lactações), em 2016, esta produção passou a ser de 5.445 kg no mesmo período, o que representa um incremento de 51,29%, na produção leiteira.
Para o coordenador do PMGG, o Panamá já conta com bons exemplares da raça e tem condições de evoluir ainda mais com a adoção de ferramentas de seleção já utilizadas no Brasil. “O Girolando tem muito a contribuir com a pecuária leiteira panamenha, pois é uma raça rústica, bem adaptada aos Trópicos, de menor custo já que não apresenta tantos problemas sanitários como outras raças”, diz Cembranelli. O XXIII Congresso Nacional Leiteiro foi promovido pela Associação dos Produtores de Gado Leiteiro do Panamá (Aprogalpa) e teve palestras de especialistas do Chile, Colômbia, Cuba, México e Panamá, além do Brasil.
FONTE: ASSESSORIA
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