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Pamela – Capítulo 2, por Alberto Dinys

Agora ela estava sendo enganada novamente. Enganada por Victor. Você é parecido com o Selton. Muito, muito parecido. Talvez, Pamela. Mas nós não somos iguais. Não. Somos diferentes. Pode ter certeza. Mas os dois mentiram para mim. Mentiram com a cara mais lavada. Eu entendo a sua revolta. Entendo a raiva que você está sentindo. Eu não vou negar. Eu tenho uma amante sim e eu te roubei. Roubei. Eu precisa de dinheiro e não vi outra alternativa. Desculpa. Perdão! Mas eu vou devolver. Eu queria me aparecer, ficar de boa no meio da galera. E aí… você já sabe do resto. Sei. Sei como é, Victor. Ficar de boa no meio da galera, curtindo, bebendo, no meio dos colegas. Porque você pensa que conquistou muitos amigos. Não. São colegas e olhe lá. Olhe lá, Victor. Eu já sei que vou ter que dormir no hotel. Por que não na casa dela? Porque ela viajou. Viajou? Que interessante saber disso. A bonita viajou. Paris? Madri? Ou Miami? Londres. Londres? Ela fala inglês? Fala sim. Ela é muito inteligente. Então… vocês podem morar em Londres. Que tal? Não descartar a possibilidade. Afinal, é uma sugestão sua. Me parece excelente ideia. Por que não? Londres. Gostei. Eu não vou me rebaixar. Eu não vou gritar. Eu não vou te bater. Eu… lamento por você ser tão insano e imaturo. Aos 40 anos, agindo como se tivesse 21. Como se fosse um idiota. E ainda por cima perigoso. Extremamente perigoso. Eu não sou perigoso. O Selton é mais perigoso. Ele é horrível como ser humano. Ele te traiu e atualmente vive o auge da vida. E você? Responde. Eu? Por favor! Mantenha a elegância e não busque me entristecer. Pamela, eu não vou levar nada daqui. Não quero nada. Melhor ainda. Temos conhecidos em comum e não vou deixar de me relacionar com eles. Mas… sempre esperto e confiante do meu lugar na sociedade. Eu sou homem. Eu errei. E não vou ser o vilão. Já se fosse você… muita gente ia falar do que houve com muito, muito ódio. É a realidade. Uma realidade que te favorece. Sim. Você diz isso com uma satisfação tão corrupta. Não se expresse com ignorância. Você também é corrupta. No passado, sustentou um ex-garoto de programa. Certo? Não venha com papo de honestidade. Uma coisa não justifica a outra. Aí você se engana. Nós éramos livres. Livres. Entende? Ele, um garoto de programa. Eu, uma mulher solteira e com dinheiro. Foi uma relação repleta de diferenças e preconceito. Sim. Foi. Mas eu não o traí. Ele me traiu. E eu ainda o tirei das ruas, da prostituição, dos perigos da noite. Eu acreditei que ele me amava. Me apaixonei. Foi uma paixão. Eu me entreguei intensamente nos braços de um mentiroso. Ele mentiu. Você mentiu. Os dois mentiram. Dois mentirosos, Pamela. Dois galãs mentirosos e estilosos. Atraentes e envolventes.

AUTOR: ALBERTO DINYS

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