O procurador regional da República José Augusto Vagos disse nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, que a organização criminosa , que o Ministério Público Federal (MPF) aponta ser comandada pelo ex-presidente Michel Temer, monitorou investigadores da Polícia Federal.
— Havia, inclusive, dados pessoais (desses investigadores) — afirmou Vagos.
Ele também disse que a organização forjava documentos e destruía provas. O procurador afirmou que tudo o que era produzido na Argeplan, empresa vinculada ao Coronel Lima, apontado como operador de Temer, era destruído todos os dias.
Esses foram fundamentos citados pelos procuradores para justificar as prisões. Vagos afirmou ainda que Othon Silva, ex-presidente da Eletronuclear, foi colocado no cargo por Temer para ter como retorno propina:
— O Othon foi ali colocado de forma já combinada com a organização criminosa para reverter proveito em forma de propina para a organização, e a escolha foi do ex-presidente Michel Temer. Essa é a tônica da organização: é a escolha de pessoas preparadas ou não para assumir postos chaves em empresas públicas para retornar em propinas para a organização.
Duas denúncias sobre o caso devem ser apresentadas na próxima semana. Os procuradores citaram ainda como argumento para a prisão a obstrução de Justiça.
— Se foram capazes de fazer aquilo no exercício do mandato, obviamente continuam capazes de atos de obstrução de justiça até hoje — afirmou Vagos.
O procurador Eduardo El-Hage disse que o “estranho seria se ele (Temer) não tivesse sido preso”, salientando que outros membros da organização já tinham sido alvo de operações.
— A forma como ele (Temer) praticava crimes, sempre usando de pessoas, contratos fictícios, nos causou muita surpresa mesmo depois de três anos de Lava Jato — afirmou El-Hage.
FONTE: EXTRA
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