Convocação para a Copa América tem apenas quatro remanescentes da última Copa do Mundo, menor número até agora: dar espaço a jovens parecer ser meta definitiva
É verdade que Dunga abriu espaço para jovens em razão das Olimpíadas, fato pontual na trajetória da seleção brasileira, mas a convocação anunciada na última quinta-feira tem um dado emblemático e que deve se tornar frequente daqui para frente: o sumiço da geração 7×1.
Apenas quatro remanescentes da Copa do Mundo disputarão a Copa América Centenário no mês de junho, nos Estados Unidos: Daniel Alves, Luiz Gustavo, Willian e Hulk. É a metade em relação à lista anterior. Desde que o técnico assumiu o comando, em agosto de 2014, nunca houve tão poucos jogadores do Mundial. Titulares na derrota histórica para a Alemanha, apenas o volante e o atacante.
Ao dar oportunidade a sete jogadores de até 23 anos que estarão nas Olimpíadas, em agosto, casos de Ederson, Fabinho, Rodrigo Caio, Marquinhos, Douglas Santos, Rafinha Alcântara e Gabriel, o treinador prepara o caminho para aprofundar a renovação da seleção brasileira.
Em suas primeiras convocações, Dunga deixou clara a necessidade de manter um alicerce, ainda que machucado pelo vexame, para dar suporte aos mais novos. O fiasco na Copa América do ano passado, em que a eliminação veio nas quartas de final, e os maus resultados nas eliminatórias – o Brasil está em sexto, fora da zona de classificação à Copa-2018 – serão combustíveis para uma troca maior de jogadores.
Em relação à primeira lista deste ano, para enfrentar Uruguai e Paraguai, caíram David Luiz, Fernandinho e Oscar. O zagueiro nem sequer entre os 40 pré-convocados foi lembrado. O volante e o meia, de atuações recentes apagadas pela Seleção, perderam suas vagas para Casemiro, que nem idade olímpica tem, então deve ser uma tendência daqui pra frente, e Rafinha Alcântara. O meia do Barcelona, apesar de poder disputar as Olimpíadas, é outro que deve surgir com mais frequência na equipe principal.
LEIA TAMBÉM: Dunga convoca Seleção para Copa América com 7 jogadores olímpicos
A comissão técnica da CBF tem amadurecido a ideia de montar um grupo novo. O pênalti cometido por Thiago Silva, a mão na bola dentro da área que levou o Brasil à eliminação diante do Paraguai, não foi digerido nem por Dunga tampouco pelo presidente Marco Polo Del Nero.
E MAIS: Dunga afirma que Seleção precisa se divertir e ser feliz na Copa América
A última rodada das eliminatórias esgotou a paciência com David Luiz, muito mal contra o Uruguai, e Fernandinho, que apresentou falhas em Assunção. Marcelo, após a polêmica com o departamento médico da Seleção, também perdeu ainda mais posições. Ele já não contava com muita simpatia de Dunga, e um diz-me-diz sobre sua condição física depois de lesões o deixou fora das últimas partidas. Enquanto ele lamentou, a CBF disse não ter recebido dele o retorno necessário para ter segurança sobre seu estado.
VEJA: Rogério Ceni e Juninho Paulista vão auxiliar Dunga na Copa América
Todos eles, David Luiz, Thiago Silva, Fernandinho e Marcelo, estavam na Copa do Mundo. Dunga aposta agora suas fichas na montagem de um grupo mais engajado em sua causa. Menos individualista e com atitudes que se encaixem no que ele considera ideal para uma Seleção. Se esses jogadores mais jovens apresentarem resultado, a geração 7×1 continuará sumindo do mapa.
Add Comment